Fadista Jonas quer recuperar tradição oitocentista do fado batido
News - Dezembro 07, 2023
O músico e coreógrafo Jonas pretende recuperar a tradição oitocentista
do fado batido e edita no próximo ano um álbum, intitulado “Maçã de
Adão”.
Este novo disco visa dar continuidade ao projecto “Bate Fado”, desenvolvido com Patrick Lander.
Em declarações à agência Lusa, Jonas afirmou o seu ensejo de resgatar o fado batido, que foi praticado em Portugal no século XIX, e que consistia em ritmicamente seguir o compasso da melodia fadista, batendo um dos pés ou os dois ao mesmo tempo, possivelmente com uma coreografia.
“Nós enquanto país temos esta história misteriosa que o fado teve uma dança, como o flamenco tem, o samba, o kuduro ou o funk, todas as músicas urbanas têm uma dança, à excepção do fado, que misteriosamente desapareceu, ninguém sabe muito bem porquê, não há muitos estudos sobre isto”, disse Jonas reivindicando o seu “pioneirismo”, já que “Bate Fado” foi o primeiro projecto que reacendeu “o acto de bater o fado”.
“O fado perdeu a dança e a percussão, ficaram só as guitarras e a voz”, declarou, referindo que “o fado de 1800 era muito mais aguerrido, muito mais festivo, com padrões”.
O coreógrafo realçou: “Essa coisa do preto e muito estático é uma coisa mais recente”.
Para Jonas “deixou de fazer sentido fazer fado sem o fado batido”, que passou a ser a sua “missão”.
O álbum “Maçã de Adão” é editado na sequência de “São Jorge” (2021), o seu primeiro álbum em nome próprio.
Referindo-se a “Maçã de Adão”, Jonas afirmou à Lusa que é “um projeto muito pessoal, intimista e biográfico”, pois é ele o autor das letras, havendo apenas “dois ou três fados tradicionais”.
“O ‘Maçã de Adão’ tem uma coisa muito diferente do ‘S. Jorge’, pois é um álbum que convida à dança, através das influências, que eu como fadista acho que o fado tem dentro, que são latino-americanas, afro-brasileiras, ibéricas, árabes, e tudo isto neste álbum é mais exposto”, disse.
“Quando comecei a fazer o álbum, não era tão urgente, mas depois comecei a perceber a multiculturalidade que existe em Portugal e na nossa cultura. Não é uma ameaça à cultura portuguesa, mas sim uma riqueza”, disse o criador de “Lisboa, montra de recuerdos”, enfatizando que “é um abraço a toda a mundividência que o fado tem dentro”, e que ele próprio, como artista, tem.
“Este álbum tem isso tudo dentro, até a própria origem do fado, se vem dos brasileiros, dos árabes, eu acho que todos estão certos, pois eu acho que o fado é uma música de viagem, de barco”, argumentou.
Sobre si, Jonas afirmou: “Não me imagino um agente da cultura portuguesa, enquanto com estas características que nós a vemos, mas sim um agente do mundo que a cultura portuguesa tem dentro”, e “tratar com essa multiculturalidade da melhor forma, com curiosidade em vez de medo, com interesse em vez de afastamento”.
Jonas, de 37 anos, com um percurso artístico multidisciplinar, disse que o seu “principal caminho foi sempre o fado”, que, profissionalmente, começou a cantar em Londres.
Em declarações à agência Lusa, Jonas afirmou o seu ensejo de resgatar o fado batido, que foi praticado em Portugal no século XIX, e que consistia em ritmicamente seguir o compasso da melodia fadista, batendo um dos pés ou os dois ao mesmo tempo, possivelmente com uma coreografia.
“Nós enquanto país temos esta história misteriosa que o fado teve uma dança, como o flamenco tem, o samba, o kuduro ou o funk, todas as músicas urbanas têm uma dança, à excepção do fado, que misteriosamente desapareceu, ninguém sabe muito bem porquê, não há muitos estudos sobre isto”, disse Jonas reivindicando o seu “pioneirismo”, já que “Bate Fado” foi o primeiro projecto que reacendeu “o acto de bater o fado”.
“O fado perdeu a dança e a percussão, ficaram só as guitarras e a voz”, declarou, referindo que “o fado de 1800 era muito mais aguerrido, muito mais festivo, com padrões”.
O coreógrafo realçou: “Essa coisa do preto e muito estático é uma coisa mais recente”.
Para Jonas “deixou de fazer sentido fazer fado sem o fado batido”, que passou a ser a sua “missão”.
O álbum “Maçã de Adão” é editado na sequência de “São Jorge” (2021), o seu primeiro álbum em nome próprio.
Referindo-se a “Maçã de Adão”, Jonas afirmou à Lusa que é “um projeto muito pessoal, intimista e biográfico”, pois é ele o autor das letras, havendo apenas “dois ou três fados tradicionais”.
“O ‘Maçã de Adão’ tem uma coisa muito diferente do ‘S. Jorge’, pois é um álbum que convida à dança, através das influências, que eu como fadista acho que o fado tem dentro, que são latino-americanas, afro-brasileiras, ibéricas, árabes, e tudo isto neste álbum é mais exposto”, disse.
“Quando comecei a fazer o álbum, não era tão urgente, mas depois comecei a perceber a multiculturalidade que existe em Portugal e na nossa cultura. Não é uma ameaça à cultura portuguesa, mas sim uma riqueza”, disse o criador de “Lisboa, montra de recuerdos”, enfatizando que “é um abraço a toda a mundividência que o fado tem dentro”, e que ele próprio, como artista, tem.
“Este álbum tem isso tudo dentro, até a própria origem do fado, se vem dos brasileiros, dos árabes, eu acho que todos estão certos, pois eu acho que o fado é uma música de viagem, de barco”, argumentou.
Sobre si, Jonas afirmou: “Não me imagino um agente da cultura portuguesa, enquanto com estas características que nós a vemos, mas sim um agente do mundo que a cultura portuguesa tem dentro”, e “tratar com essa multiculturalidade da melhor forma, com curiosidade em vez de medo, com interesse em vez de afastamento”.
Jonas, de 37 anos, com um percurso artístico multidisciplinar, disse que o seu “principal caminho foi sempre o fado”, que, profissionalmente, começou a cantar em Londres.
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