Mais um adeus na Baixa de Lisboa: da Discoteca Amália só resta a famosa carrinha verde no Chiado
Notícias - Janeiro 16, 2024
Eram os “únicos sobreviventes” do prédio que desde 2021 funciona como hotel.
O ano de 2024 começou da pior maneira para a família que gere a Discoteca Amália, há 30 anos na Rua do Ouro, na Baixa de Lisboa – no tempo em que as lojas de discos se chamavam discotecas. Anabela Vieira e a mãe, Rosa Amélia Piegudo, encaixotam os discos de vinil, cassetes e CD que ocupavam as prateleiras da loja. Retiram os posters e as molduras da parede. Sai-se de Amália ao ombro. Só ficam as marcas. Em breve, aquele espaço estará despido de toda a vida que armazenou durante mais de três décadas.
É mais uma despedida que acontece na Baixa de Lisboa. A Discoteca Amália fechou portas a 30 de dezembro. Para sempre. O motivo? O mais frequente nos dias que correm: a incapacidade para pagar uma renda muito superior àquela que era exigida até então.
“Nesta altura, uma renda de mil euros já é difícil pagar. Por causa do pouco que se vende. E não é só a renda — é a água, a luz, a Internet, o telefone, o que se paga ao estado. E agora estão a pedir sete, oito, nove ou 10 mil por mês. Mesmo que chegássemos a algum tipo de acordo, seria impróprio”, explica Anabela Vieira, de 61 anos, que ali trabalha desde o início da Discoteca Amália, com a mãe, de 80.
A famosa carrinha verde que todos os dias estaciona na Rua do Carmo — e que tem uma ligação umbilical a esta loja de discos — será o que restará da Discoteca Amália a partir de agora. Irá manter-se no seu local de sempre, contribuindo para a divulgação cultural do fado e para vender a música da loja que agora desapareceu.
Dizem que não há qualquer perspetiva de abrirem a loja noutro sítio. O preço das rendas um pouco por toda a Lisboa é demasiado elevado para que isso seja sequer uma hipótese. “A menos que a câmara, por exemplo, nos arranjasse um espaço. De certa forma, isto é a cultura de um país. Mas penso que não vá acontecer”, diz Anabela, sem esperança.
Foi por volta de 2000 que a célebre carrinha verde se instalou na Rua do Carmo, precisamente em frente do espaço onde antes funcionara a Discoteca do Carmo, para homenagear “Lisboa, a cidade do fado”. A carrinha passou a ser gerida pela Fundação Manuel Simões, criada em 2001, por ideia do próprio, para divulgar a música nacional com aquele veículo, apoiar gravações e edições de discos. Gonçalo Salgueiro e Manuel Fernandes foram alguns dos músicos apoiados ao longo dos anos.
Agora, a ideia passa por escoar através dela o stock de “largas centenas de discos” que sobraram. Ou, quiçá, apostar também na Internet para vender música. “O vinil voltou, se calhar temos de nos vocacionar mais para os LP, para acompanhar a moda. Tenho uma filha com 25 anos que agora resolveu comprar um gira-discos”, diz Anabela.
É mais uma despedida que acontece na Baixa de Lisboa. A Discoteca Amália fechou portas a 30 de dezembro. Para sempre. O motivo? O mais frequente nos dias que correm: a incapacidade para pagar uma renda muito superior àquela que era exigida até então.
“Nesta altura, uma renda de mil euros já é difícil pagar. Por causa do pouco que se vende. E não é só a renda — é a água, a luz, a Internet, o telefone, o que se paga ao estado. E agora estão a pedir sete, oito, nove ou 10 mil por mês. Mesmo que chegássemos a algum tipo de acordo, seria impróprio”, explica Anabela Vieira, de 61 anos, que ali trabalha desde o início da Discoteca Amália, com a mãe, de 80.
A famosa carrinha verde que todos os dias estaciona na Rua do Carmo — e que tem uma ligação umbilical a esta loja de discos — será o que restará da Discoteca Amália a partir de agora. Irá manter-se no seu local de sempre, contribuindo para a divulgação cultural do fado e para vender a música da loja que agora desapareceu.
Dizem que não há qualquer perspetiva de abrirem a loja noutro sítio. O preço das rendas um pouco por toda a Lisboa é demasiado elevado para que isso seja sequer uma hipótese. “A menos que a câmara, por exemplo, nos arranjasse um espaço. De certa forma, isto é a cultura de um país. Mas penso que não vá acontecer”, diz Anabela, sem esperança.
Foi por volta de 2000 que a célebre carrinha verde se instalou na Rua do Carmo, precisamente em frente do espaço onde antes funcionara a Discoteca do Carmo, para homenagear “Lisboa, a cidade do fado”. A carrinha passou a ser gerida pela Fundação Manuel Simões, criada em 2001, por ideia do próprio, para divulgar a música nacional com aquele veículo, apoiar gravações e edições de discos. Gonçalo Salgueiro e Manuel Fernandes foram alguns dos músicos apoiados ao longo dos anos.
Agora, a ideia passa por escoar através dela o stock de “largas centenas de discos” que sobraram. Ou, quiçá, apostar também na Internet para vender música. “O vinil voltou, se calhar temos de nos vocacionar mais para os LP, para acompanhar a moda. Tenho uma filha com 25 anos que agora resolveu comprar um gira-discos”, diz Anabela.
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