Sérgio Godinho conquistou e emocionou os Coliseus
Concerts - Março 26, 2024
Era um regresso às cidades de Lisboa e Porto e às suas salas de
espectáculo mais nobres, mas as apresentações de "Liberdade25" dos
passados dias 20, 21, 23 e 24 de Março foram bem mais do que um
reencontro
Sérgio & Os Assessores fizeram de cada minuto daquelas duas horas e meia uma experiência única, de dimensão que extravaza em muito a realização de um concerto.
A par de uma viagem irrepreensível pelo repertório único de Sérgio Godinho, proporcionaram ao público que lotou os Coliseus uma outra abordagem às canções que nos habituámos já a considerar como nossas, e que as presenças de A Garota Não e do grupo Canto Nono elevaram a um patamar emocional algo que sabíamos existir, mas que a coincidência com a celebração de cinco décadas do 25 de Abril, exponenciou.
Muitas foram as referências elogiosas na media e nas redes sociais em que, para além da actualidade da obra do "escritor de canções" e do universo sonoro construído em parceria com Os Assessores, se destacaram a cuidada componente visual e a assertividade de Sérgio na escolha dos convidados: com o grupo Canto Nono, a interpretação a capella de "Etelvina" num arranjo de José Mário Branco; a densidade que somaram em "Que Força É Essa"; ou a alegria que trouxeram a "Ora Vejam Lá", a evocação ao Conjunto de António Mafra e à defesa à época da "semana inglesa".
Com A Garota Não, a delicada interpretação de "A Balada da Rita"; a partilha de "Dilúvio", e, seguramente um dos momentos marcantes desta jornada, "Diga 33", criada a partir de 33 títulos de canções de Sérgio com que Cátia Mazari Oliveira surpreendeu Sérgio Godinho; ou com todos os participantes em palco, e a que deveríamos ainda juntar o público, a interpretação de "Liberdade", tema-título destes concertos e que provocou na audiência uma reacção entre a manifestação de palavras de ordem e a comoção.
Comecemos pelo óbvio: um concerto de Sérgio Godinho raramente é apenas um concerto. É antes um espectáculo, com uma dramaturgia mais ou menos visível, a encenação e a recriação de canções de várias épocas, um entrosamento de memórias, sons e imagens que lhe avivam a obra e lhe dão, a cada novo passo, uma aura contemporânea. Não só pelo excelente trabalho do grupo que o acompanha em palco, Os Assessores, já rodado em tantas e tantas apresentações, como pela forma como ele próprio ali se agiganta pela palavra, pelo gesto e pelo canto – que, embora acusando aqui e ali a erosão dos anos, na progressão inevitável da vida, em nenhum momento desilude, pelo contrário, atrai e envolve.
A par de uma viagem irrepreensível pelo repertório único de Sérgio Godinho, proporcionaram ao público que lotou os Coliseus uma outra abordagem às canções que nos habituámos já a considerar como nossas, e que as presenças de A Garota Não e do grupo Canto Nono elevaram a um patamar emocional algo que sabíamos existir, mas que a coincidência com a celebração de cinco décadas do 25 de Abril, exponenciou.
Muitas foram as referências elogiosas na media e nas redes sociais em que, para além da actualidade da obra do "escritor de canções" e do universo sonoro construído em parceria com Os Assessores, se destacaram a cuidada componente visual e a assertividade de Sérgio na escolha dos convidados: com o grupo Canto Nono, a interpretação a capella de "Etelvina" num arranjo de José Mário Branco; a densidade que somaram em "Que Força É Essa"; ou a alegria que trouxeram a "Ora Vejam Lá", a evocação ao Conjunto de António Mafra e à defesa à época da "semana inglesa".
Com A Garota Não, a delicada interpretação de "A Balada da Rita"; a partilha de "Dilúvio", e, seguramente um dos momentos marcantes desta jornada, "Diga 33", criada a partir de 33 títulos de canções de Sérgio com que Cátia Mazari Oliveira surpreendeu Sérgio Godinho; ou com todos os participantes em palco, e a que deveríamos ainda juntar o público, a interpretação de "Liberdade", tema-título destes concertos e que provocou na audiência uma reacção entre a manifestação de palavras de ordem e a comoção.
Comecemos pelo óbvio: um concerto de Sérgio Godinho raramente é apenas um concerto. É antes um espectáculo, com uma dramaturgia mais ou menos visível, a encenação e a recriação de canções de várias épocas, um entrosamento de memórias, sons e imagens que lhe avivam a obra e lhe dão, a cada novo passo, uma aura contemporânea. Não só pelo excelente trabalho do grupo que o acompanha em palco, Os Assessores, já rodado em tantas e tantas apresentações, como pela forma como ele próprio ali se agiganta pela palavra, pelo gesto e pelo canto – que, embora acusando aqui e ali a erosão dos anos, na progressão inevitável da vida, em nenhum momento desilude, pelo contrário, atrai e envolve.
Nuno Pacheco in Público
A política e a revolução, as memórias e o futuro, todas as gerações. Na primeira noite do mestre Godinho no Coliseu dos Recreios houve toda a liberdade cantada.
(..) E termina-se, com a lembrança bem clara, de que cada momento presente está sempre a tempo de ser o primeiro dia do resto da nossa vida. Palavra de Sérgio.
Liberdade25" irá percorrer o país estando a próxima apresentação agendada para o dia 6 de Abril no Cine-Teatro Paraíso, em Tomar.
(..) E termina-se, com a lembrança bem clara, de que cada momento presente está sempre a tempo de ser o primeiro dia do resto da nossa vida. Palavra de Sérgio.
Cláudia Marques Santos in Observador
Ao longo de quase duas horas e meia, Sérgio Godinho deitou mão à quase inesgotável matéria-prima de canções gigantes e personagens inesquecíveis, desenhadas de 1971 até hoje, e ofereceu um espectáculo comovente e memorável. O país ainda precisa das suas palavras, tanto de luta como de ternura.
Lia Pereira in Blitz/Expresso
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