António Pinto Basto
De 1974 a 1988 assumiu não gravar, embora inúmeras oportunidades tivessem surgido, por entender que o fado exige dos seus intérpretes mais do que a simples intuição natural. Há que armazenar emoções. Foram anos de amadurecimento, interiorização e prática constantes, durante os quais não deixou de se apresentar em público, quer em Portugal quer nos E.U.A., Brasil, Espanha, França e Angola e sempre com assinalável sucesso.
Em 1988 decidiu, enfim, gravar; sentindo estar pronto para a grande prova, preparou com invulgar profissionalismo o seu 1º L.P. “Rosa Branca”, que a PolyGram editaria no final do ano. O êxito foi imediato e fulgurante, coroado por uma “tournée” de mais de 120 concertos em 1989, no final do qual seria editado o duplo L.P. “Maria”. O sucesso de críticas e de vendas repetir-se-ia.
António Pinto Basto venceu a prova a que decidira submeter-se, deixando antever uma longa, sólida e brilhante carreira como cantor e compositor.
Em 1991 é editado o seu 3º L.P. intitulado “Confidências à guitarra”. No primeiro semestre de 1992 visita quatro continentes, levando-lhes o seu fado: Começa por Toronto, no Canadá, vai a Macau a propósito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas e a sua estada é aproveitada para um concerto em Hong - Kong, oferecido pelo Cônsul de Portugal aos diplomatas locais.
Daí segue para Angola, onde tem mais que uma actuação e, retornado à Europa, vai até Sevilha para uma noite de fados inserida no âmbito da Expo.92.
Ainda antes de terminar o ano de 1992 e em consequência do êxito obtido da 1ª vez, volta ao Canadá para quatro concertos e, de seguida, vai aos Estados Unidos efectuar outro concerto, perto de Nova York e uma apresentação numa rede portuguesa de TV.
Fazendo um interregno em termos de gravações e passando por duas experiências, com êxito, de produtor discográfico, a carreira de A.P.B. prossegue sobretudo através dos espectáculos, quer por todo o país, quer na TV, quer no estrangeiro — novamente Canadá, África do Sul e Japão.
No final de 1993 a sua editora lança o CD “Os grandes sucessos de António Pinto Basto”, compilação das anteriores três edições.
Em Outubro de 1994, um momento especial na sua carreira: É convidado pelo Instituto Cultural de Macau para ser solista numa digressão que a Orquestra Chinesa de Macau vai efectuar em Portugal. Esta Orquestra, para além dos músicos de Macau, integra músicos oriundos de mais cinco orquestras chinesas (de Pequim, Xangai, Cantão e Hong - Kong) num total de 68 elementos. António Pinto Basto interpreta dois fados acompanhado pela Orquestra Chinesa naquilo que se pretendeu que fosse uma fusão das culturas Ocidental e Oriental. A digressão, em Novembro, percorre algumas cidades de Portugal, incluindo dois espectáculos em Lisboa, um no Teatro S. Luís incluído no âmbito de Lisboa 94, Capital da Cultura e outro, de gala, no Teatro Nacional de S. Carlos.
No seguimento desta acção, é convidado a participar, como solista, no VI Festival de Artes de Macau que decorre neste território, em Março de 1995. Neste mesmo mês efectua dois concertos em Goa, na Índia, com enorme sucesso.
No final deste ano de 1995, lança uma videocassete intitulada “António Pinto Basto em Évora” com alguns “vídeo - clips” e baseada, principalmente, num concerto efectuado na sua terra - natal.
Não há nem vai haver palavras que possam descrever toda a bondade que ele tem.
O António Pinto Basto é sem dúvida um grande ser humano.
Conheci-o pessoalmente tinha os meus 14 anos, na altura pensava que a minha paixão pelo fado seria uma coisa passageira, mas este senhor fez com que eu continuasse a amar o fado. Foi ele o grande responsável.
O António é sem dúvida um orgulho dos alentejanos. Citação
Sr. António Pinto Bastos, apesar de não ser seu fã como fadista, sou seu fã como pessoa, porque deu aí uma bela chapada sem mãos a uma certa pessoa que já as devia ter ouvido há algum tempo! Que sirva de lição a muita gente! Citação