Mariza - Fado Curvo
Records - Novembro 21, 2006
Fado Curvo era o novo trabalho de Mariza. Em 2003. Datas que em nada desarranjam vozes (já!) eternas. Falemos desta. Em português. Esta caixinha de madeira alberga mais que um corpo.
Mais que um momento em que se fixa a genialidade e se desova a arte. Arte!
Então, falemos em português: Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca, Rui Veloso, José Afonso e a bela interpretação de Mariza.
Visto o xaile para prosseguir.
Toa um fado tradicional de Zé Negro e ouve-se «O silêncio da guitarra/ Que à minha alma se agarra» para a atirar às mais altas nuvens da música. Há uma viagem a iniciar… A nascer. Seguem-se as palavras de Fernando Pessoa em Cavaleiro Monge acompanhadas à guitarra portuguesa por Mário Pacheco: música que anunciou esta caixinha de madeira às gentes.
Rui Veloso presenteia as notas para a Feira de Castro: corridinho: coisas. Viramos página. Damos um passeio pelas Vielas de Alfama em horas mortas de noites escuras. Trinam guitarras, cantam mulheres.
Logo se retratam rostos onde começam madrugadas, pelos desenhos de Eugénio de Andrade: «Mar imenso,/ Praia deserta, horizontal e calma./ Sabor agreste./ Rosto da minha alma.» Desbravam-se trilhos ao encontro do nome da caixinha de madeira: Fado Curvo: jogo inventado por um Deus inspirado.
Agora, Menino do Bairro Negro. Agora, José Afonso. José Afonso… José Afonso. José Afonso em Mariza. E Mariza em José Afonso. Não digo mais porque não sei. Não sei. Só. Ou, então, sei demais. De qualquer maneira: José Afonso.
Continuamos a remexer na caixinha de madeira que alberga mais que um corpo e navegamos em Caravelas de Florbela Espanca. Entre o Rio e a Razão. Pel’ O Deserto. Pela Primavera.
Acabamos em Anéis do Meu Cabelo. Não peço adeus, «Nem te lembro que beijasses/ Meu corpo delgado e belo,/ Mas que sempre me guardasses/ Os anéis do meu cabelo»: a voz. Em português.
Então, falemos em português: Fernando Pessoa, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca, Rui Veloso, José Afonso e a bela interpretação de Mariza.
Visto o xaile para prosseguir.
Toa um fado tradicional de Zé Negro e ouve-se «O silêncio da guitarra/ Que à minha alma se agarra» para a atirar às mais altas nuvens da música. Há uma viagem a iniciar… A nascer. Seguem-se as palavras de Fernando Pessoa em Cavaleiro Monge acompanhadas à guitarra portuguesa por Mário Pacheco: música que anunciou esta caixinha de madeira às gentes.
Rui Veloso presenteia as notas para a Feira de Castro: corridinho: coisas. Viramos página. Damos um passeio pelas Vielas de Alfama em horas mortas de noites escuras. Trinam guitarras, cantam mulheres.
Logo se retratam rostos onde começam madrugadas, pelos desenhos de Eugénio de Andrade: «Mar imenso,/ Praia deserta, horizontal e calma./ Sabor agreste./ Rosto da minha alma.» Desbravam-se trilhos ao encontro do nome da caixinha de madeira: Fado Curvo: jogo inventado por um Deus inspirado.
Agora, Menino do Bairro Negro. Agora, José Afonso. José Afonso… José Afonso. José Afonso em Mariza. E Mariza em José Afonso. Não digo mais porque não sei. Não sei. Só. Ou, então, sei demais. De qualquer maneira: José Afonso.
Continuamos a remexer na caixinha de madeira que alberga mais que um corpo e navegamos em Caravelas de Florbela Espanca. Entre o Rio e a Razão. Pel’ O Deserto. Pela Primavera.
Acabamos em Anéis do Meu Cabelo. Não peço adeus, «Nem te lembro que beijasses/ Meu corpo delgado e belo,/ Mas que sempre me guardasses/ Os anéis do meu cabelo»: a voz. Em português.
Hugo Torres
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