Amália Rodrigues - Cantigas de Amigos
Discos - Novembro 22, 2006
Este álbum fantástico, intitulado Cantigas de Amigos apresenta-nos, acompanhados à Viola e à Guitarra, Natália Correia, Amália Rodrigues e José Carlos Ary dos Santos (e a presença implícita de Maluda que desenhou a capa do disco).
O que resulta desta reunião é absolutamente genial. A extraordinária capacidade vocal de Amália, a megalomania de Natália Correia e a genialidade de Ary dos Santos resultam numa harmonia perfeita... são minutos de puro deleite e prazer... cada palavra dita faz-nos vibrar que nem cordas de guitarra.
Infelizmente este disco não conhece edição em CD, o que me parece incompreensível e, acima de tudo, um crime. O mesmo sucede com outras obras de outros artistas.
Do lado A deste disco constam: - Vim esperar o meu amigo, Cantiga de Amigo (Tenção) de Bernaldo de Bonaval, com Amália e Ary - Vem comigo irmã, Cantiga de Amigo de Fernando Esguio, com Natália - Perigosas elas são, Cantigo de Escárnio de D. Afonso X de Castela e de Leão, o Sábio, com Ary - Ah quisesse Deus, Cantiga de Amigo de D. Dinis, com Amália - Senhora que bem pareceis, Cantiga de Amor de Mestria de D. Dinis, com Ary - ... E pedem-me agora o que não devia, Cantiga de Amigo de João Garcia de Guilhade, com Amália - O rapinante, Cantiga de Escárnio de João Airas, de Santiago, com Natália - Uma pastora delgada, Cantiga de Amigo (Pastorela) de D. Dinis, com Ary e Natália
Do lado B constam: - Lá vão as flores, Cantiga de Amigo de Paio Gomes Charinho, com Amália - Nem por rei ou infante, eu me trocaria, Cantiga de Amor de Refrão de D. Dinis, com Ary - Sejamos como toda a gente, Cantiga de Amigo de Mestria de João Garcia de Guilhade, com Natália - Ermida de São Simeão, Cantiga de Amigo de Mendinho, com Amália - Ai Dona Feia foste-vos queixar, Cantiga de Maldizer de João Garcia de Guilhade, com Ary - Amores eu tenho, Cantiga de Amigo (Tenção) de Pero Meogo, com Amália e Natália - Alegre eu ando, Cantiga de Amigo (Alba) de Nuno Fernandes Torneol, com Natália
Transparece, em cada uma das Cantigas, o cuidado e a paixão que cada trovador deste disco tem pelas palavras. Claro está que a adaptação das cantigas ficou a cargo de Natália Correia, como já o fazia adivinhar a colaboração no disco Amália e Vinicius, este sim editado em CD, onde Natália adianta que está a preparar uma adaptação do Cancioneiro Medieval para português recente.
Engraçado também é o texto que nos aparece na contra-capa do albúm, escrito por Ary dos Santos, e que a seguir vos transcrevo: «Era uma vez um livro muito bonito, que cheirava muito bem. Umas vezes a flores, outras vezes a urtigas. Mas a urtigas sadias. Tinha sido feito pela Natália Correia que o desenterrara de alfarrábios muito, muito velhos, com mãos de chama e de poeta. Escusado será, pois, dizer que o livro era de poemas. Eis senão quando, uma bela noite em casa da Amália, os tais poemas sairam das páginas e ganharam voz. Pareciam ervas dançando no meio da sala. O Fontes Rocha foi-os apanhando um a um e fez com eles um feixe de música. O Carlos, o Pedro e o Joel, ajudavam muito. E a Amália deu-lhes um nome como só ela sabe: Cantigas de Amigos. O resto? O resto foi apenas convivio e entendimento perfeitos. Às vezes, pela meia-noite, os poemas tinham fome e comiam sopa de coentros e arroz de bacalhau. O Rui e o João também apareceram e ficaram calados que nem ratos ao pé do Ribeiro, que é um mágico que sabe fazer música com luzes, enquanto este regia a orquestra. Depois, chegou a bruxa Maluda (que por sinal é bem bonita) a cavalo numa vassoura, com um pincel e uma tesoura. E zás, pôs-nos a todos na Idade Média. Parece uma história para meninos, é certo. Mas não é verdade que, no Natal, todos gostamos de nos sentirmos um pouco mais crianças? Ou anjos com caracóis de fios de ovos, como diz a Natália...»
Do lado A deste disco constam: - Vim esperar o meu amigo, Cantiga de Amigo (Tenção) de Bernaldo de Bonaval, com Amália e Ary - Vem comigo irmã, Cantiga de Amigo de Fernando Esguio, com Natália - Perigosas elas são, Cantigo de Escárnio de D. Afonso X de Castela e de Leão, o Sábio, com Ary - Ah quisesse Deus, Cantiga de Amigo de D. Dinis, com Amália - Senhora que bem pareceis, Cantiga de Amor de Mestria de D. Dinis, com Ary - ... E pedem-me agora o que não devia, Cantiga de Amigo de João Garcia de Guilhade, com Amália - O rapinante, Cantiga de Escárnio de João Airas, de Santiago, com Natália - Uma pastora delgada, Cantiga de Amigo (Pastorela) de D. Dinis, com Ary e Natália
Do lado B constam: - Lá vão as flores, Cantiga de Amigo de Paio Gomes Charinho, com Amália - Nem por rei ou infante, eu me trocaria, Cantiga de Amor de Refrão de D. Dinis, com Ary - Sejamos como toda a gente, Cantiga de Amigo de Mestria de João Garcia de Guilhade, com Natália - Ermida de São Simeão, Cantiga de Amigo de Mendinho, com Amália - Ai Dona Feia foste-vos queixar, Cantiga de Maldizer de João Garcia de Guilhade, com Ary - Amores eu tenho, Cantiga de Amigo (Tenção) de Pero Meogo, com Amália e Natália - Alegre eu ando, Cantiga de Amigo (Alba) de Nuno Fernandes Torneol, com Natália
Transparece, em cada uma das Cantigas, o cuidado e a paixão que cada trovador deste disco tem pelas palavras. Claro está que a adaptação das cantigas ficou a cargo de Natália Correia, como já o fazia adivinhar a colaboração no disco Amália e Vinicius, este sim editado em CD, onde Natália adianta que está a preparar uma adaptação do Cancioneiro Medieval para português recente.
Engraçado também é o texto que nos aparece na contra-capa do albúm, escrito por Ary dos Santos, e que a seguir vos transcrevo: «Era uma vez um livro muito bonito, que cheirava muito bem. Umas vezes a flores, outras vezes a urtigas. Mas a urtigas sadias. Tinha sido feito pela Natália Correia que o desenterrara de alfarrábios muito, muito velhos, com mãos de chama e de poeta. Escusado será, pois, dizer que o livro era de poemas. Eis senão quando, uma bela noite em casa da Amália, os tais poemas sairam das páginas e ganharam voz. Pareciam ervas dançando no meio da sala. O Fontes Rocha foi-os apanhando um a um e fez com eles um feixe de música. O Carlos, o Pedro e o Joel, ajudavam muito. E a Amália deu-lhes um nome como só ela sabe: Cantigas de Amigos. O resto? O resto foi apenas convivio e entendimento perfeitos. Às vezes, pela meia-noite, os poemas tinham fome e comiam sopa de coentros e arroz de bacalhau. O Rui e o João também apareceram e ficaram calados que nem ratos ao pé do Ribeiro, que é um mágico que sabe fazer música com luzes, enquanto este regia a orquestra. Depois, chegou a bruxa Maluda (que por sinal é bem bonita) a cavalo numa vassoura, com um pincel e uma tesoura. E zás, pôs-nos a todos na Idade Média. Parece uma história para meninos, é certo. Mas não é verdade que, no Natal, todos gostamos de nos sentirmos um pouco mais crianças? Ou anjos com caracóis de fios de ovos, como diz a Natália...»
José Daniel Ferreira
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Se for por favor me enviem um,sou apaixonada pela literatura,sou professora e minha época favorita é o trovadorismo.
Desde já agradeço. Citação