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António Zambujo - o outro sentido do fado

Arquivo - Novembro 29, 2008
Um fado moderno, que se poderia etiquetar de minimalista, como essas ementas de restaurantes de moda, um fado distinto em “outro sentido”, que proporcionou uma bonita noite ao público e que o público soube agradecer.

Centro Cultural Cajastur de Oviedo e Gijon (Espanha) - 24 e 27/11/08

Antonio Zambujo, é um jovem fadista nascido em Beja, a “Rainha da Planicie” alentejana, onde o povo tem a fama de convicto, firme, e orgulhoso das suas tradições e raízes; onde se canta em grupo, em ranchos, que vivem e competem a propósito de uma qualquer festa. Por isso, ganhou aos dezasseis anos um concurso local de fado e quando acabou o estudo de clarinete no Conservatório da sua cidade, mudou-se para Lisboa para cantar o fado no prestigiado Club do Fado de Alfama.

Durante quatro anos integrou o elenco da peça Amália, de Filipe la Feria, no papel de Francisco da Cruz, o marido da diva fadista. Dono de uma carreira brilhante, com três CD's gravados e concertos em diversos países da Europa e América, aquí, chegou acompanhado de dois músicos tambén excelentes, Paulo Parreira na guitarra portuguesa e Ricardo Cruz na viola baixo, para em conjunto interpretarem uma quinzena de fados e canções, na maioria retirados do seu último trabalho - Outro sentido.

Muito bem orientado é o “outro sentido” dos seus fados, pois debaixo de um repertório clássico, como “Amor de mel, amor de fel”, “Fado Menor” o “Foi Deus”, acompanhado de uma instrumentação também clássica, com guitarra portuguesa, viola – que ele próprio toca – e viola baixo, o que se pode encontrar são baladas e fados com um toque muito especial, com um cheirinho a Caetano Veloso – de quem Antonio Zambujo se diz admirador – e algo de bossanova com variações jazísticas ou solos virtuosos. O resultado é magnífico, porque nítida, melodiosa, emotiva e magnífica é a sua voz e magnífica é a contribuição de cada um dos músicos e, obviamente do seu conjunto.

Estupendo foi também o bom trabalho executado pelo técnico de som, Alejandro, que conseguiu uma excelente qualidade de som como se de uma gravção de estúdio se tratasse. Impresionante foi a guitarrada de “Variações em Mi” de Armandinho, que executaram dentro da mais pura ortodoxia fadista. Antonio Zambujo, não obstante, fala um espanhol muito bom, mostrou-se muito simpático e sintonizado com o público, entre o qual se notavam algumas alentejanas – de Beja, precisamente - residentes aquí, que entoaram “Nem às paredes confesso”.

Um fado moderno, que se poderia etiquetar de minimalista, como essas ementas de restaurantes de moda, um fado distinto em “outro sentido”, que proporcionou uma bonita noite ao público e que o público soube agradecer com muitos aplausos,  numa das noites mais frias do ano, aquecida com música portuguesa, para recordar durante muito tempo.
Angel Garcia Prieto
Asociación de Amigos del Fado de Asturias
Tradução e adaptação : Portal do Fado


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Comentários
#1 Francisco Pessoa 2009-03-29 03:35 Boa dicção, boa divisão silábica, bom timbre de voz.
Gostei!
Felicidades
Francisco Pessoa
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