EnglishPortuguês

Ciclo "Espontâneos do Fado" no Museu do Fado

Arquivo - Julho 26, 2009
No próximo dia 30 de Julho, Lili Caneças dá voz ao ciclo Espontâneos do Fado, no Café do Museu do Fado. O ciclo que começou com Luís Represas e já ouviu a voz de Catarina Wallenstein conhece agora mais uma edição.

Ganhar novos públicos para o fado é o objectivo do projecto levado a cabo por João Gil em parceria com o Museu do Fado , em Lisboa.

O músico tem a seu cargo a escolha dos intérpretes, gente de todas as áreas, e de lhes potenciar a voz. Depois de Luís Represas, seu companheiro nos Trovante, João Gil levará a palco nomes como Catarina Wallenstein, Lili Caneças ou o empresário Jorge Rebelo de Almeida.

"Cada convidado trará depois o seu grupo de amigos, o seu staff, gente da sua área e toda uma entourage. É isso que irá depois criar a dinâmica do projecto", explica o músico. "Gostava que a sua actuação fosse entendida como uma noite especial para eles e que sentissem em casa", continua.

Através de ensaios rápidos, João Gil tentará proteger cada "novo fadista", ensinando-lhe a cantar no tom certo, com a postura mais correcta, ou descobrindo-lhes e explorando características particulares na sua interpretação.



Artigos Relacionados


Comentários
+1 #1 PeloFado 2009-07-28 11:33 Ao ponto que isto chegou …
Gostava de criticar esta fantochada do Sr. Gil, seus amigos e Direcção do Museu do Fado - que não pode ser excluida deste lamentável episódio - mas não encontro palavras.
A culpa não é destes "palhaçófadistas ", é de quem lhes dá protagonismo.
É triste o fado do nosso FADO e são tristes todos aqueles que agora se querem aproveitar dele… é o preço que se paga por estar na moda.
Citação
#2 bosco 2009-07-28 15:33 Devo dizer que sou um defensor da cultura Portuguesa e de tudo o que se faz por cá. Sou a favor da preservação do patrimonio material cultural e artistico. Sou a favor da identidade portuguesa. Sou a favor da lingua, sou a favor do fado.

Sou a favor do genuino, sou a favor do original. No entanto não deixo de sentir algum desgosto, quando vejo "acérrimos defensores" os também chamados "puristas" do fado virem a praça pública apregoar a morte do fado por causa do que lhe estão a fazer! E dizem-no como se isso fosse uma desgraça irremediável, um processo irreversível, como se o fado estivesse condenado à extinção.
O meu desgosto, não vai tanto pelo pregão que anunciam, mas sim pela falta de visão, pela manifesta limitação intelectual, pela mesquinhez e pela pequenez cultural.

Estes puristas querem "embrulhar" o fado num saco e isolá-lo completamente das ameaças exteriores. As ameçãs exteriores segundo eles são todos aqueles que pretendem levar o fado mais longe. São os que sentem simpatia por esta forma de cultura portuguesa e se atrevem a cantar o Fado sem que para isso tenham nascido em Lisboa ou num bairro da capital. Parece, para estes "guardiões do fado" só está habilitado a cantar o fado quem nasce em Lisboa ou pelo menos em Portugal, como se a saudade, a tristeza, a melancolia, a paixão, o amor, a desventura apenas fossem sentimentos exclusivamente portugueses.

Estes puristas nao admitem que se mexa no fado, ai de quem lhe tocar com instrumentos que não sejam a guitarra e a viola, ai de quem se atreva a enamorá-lo com outra forma ou expressão musical qualquer.
Estes "guardiões", que se intitulam os verdadeiros defensores do fado, não sei por demanda de quem nem por que decreto, limitados pela sua pequenez intelectual têm medo que o fado se extinga repentinamente como numa explosão nuclear, quando o misturam com pop, rock, folclore ou outro género qualquer, ou quando a abordagem ao fado não seja estritamente tradicional.
Até parece que o fado lhes pertence, tal a autoridade moral com vêm constatemente criticar as "desventuras" do fado e apregoar a sua condenação à extinção. Por estes "guardiões", porque isso seria um atentado à tradição, o Alain Oulman, o David Mourão-Ferreir e a própria Amália porque foi conivente com eles, bem que poderiam ter sucumbido à avalanche critica da conservadora falange intelectual da sua época.

É este lamento, este derrotismo típico, este fatalismo vigente, que não nos deixa ser grandes, que não nos deixa sair deste cú de mundo e desta constante situação miserabilista. Estes "guardiões do fado" são os mesmos que não o querem deixar sair de Lisboa, que não o querem ver crescer e evoluir, são os apologistas do "orgulhosamente sós", que o querem ver ostracizado e confinado aos bairros de Lisboa, à guitarra e à viola.

Será impressão minha ou o jazz, uma manifesta expressão musical americana nascido em Nova Orleãs, também já desapareceu, porque correu mundo, juntou-se com o rock, envolveu-se com o folclore, procriou com a bossa nova?

Não! O jazz porque saiu do seu habitat, engrandeceu-se e engrandeceu o país e a região que o viu nascer, e com glória, porque só as coisas gloriosas o conseguem fazer, deixou de ter passaporte e passou a ser da Humanidade.
Esperemos que o Fado, agora candidato a património cultural da Humanidade consiga também este feito. Oxalá que sim.
Citação
#3 PeloFado 2009-07-28 18:25 Sinto-me lisonjeado pelo facto das minhas poucas linhas terem provocado um comentário que denota uma tão vasta visão, abrangência intelectual e grandiosidade cultural.

Não sendo, manifestamente assim tão dotado, retenho este comentário como uma lição, como um ensinamento.

Fiquei pois a saber que:

- sou "purista", seja lá isso o que fôr, sendo que do que gosto mesmo é de Fado;

- que o Fado afinal até é Português e não Aficano, Brasileiro, Espanhol ou de outro lado qualquer, mesmo que possa ser cantado com outros sotaques;

- que ao que parece só é/foi maioritariament e tocado e cantado por Lisboetas, como a Maria da Fé, Beatriz da Conceição, Lenita Gentil, Tony de Matos, Max, Mariza, Fontes Rocha, António Chaínho, Luís Ribeiro, Carlos Gonçalves, Joel Pina, entre outros (em tempo: afinal nenhum destes intérpretes são oriundos de Lisboa, desculpem a "desinformação");

- que afinal não há fado em Coimbra nem no Porto (desculpem-me as outras localidades que também não têm Fado);

- que o fado afinal nunca saiu de Lisboa quanto mais de Portugal, pela voz de Amália, Misia, Cristina Branco, Mariza, Ana Moura, Kátia Guerreiro, Camané, Carlos do Carmo, etc., por força dos tais pobres de espírito que o fecharam num saco;

- que ninguém considera Fado as músicas de Alain Oulman ou os poemas de David Mourão-Ferreira, mas que tanto são cantados;

- que afinal o Prince, que foi ver um espectáculo da Ana Moura no estrangeiro, não é o tal americano que canta e que até gosta do fado interpretado pela Ana, mas sim um tipo que mora na Mouraria e que canta fado vadio na Tasca do Jaime, em Sapadores e que se faz passar pelo outro só para a conhecer;

- que o Saura não levou o tal fado moderno, cantado em castelhano, em português do brasil e no nosso a todo o mundo tendo inclusivé conquistado prémios;

- e que o Jazz (que eu julgava ser um modelo de uma mota ou de um carro da Honda) é afinal um estilo de música da América (percebi isto porque Nova Orleães é lá e isso eu sabia)!!!

Só não consegui saber como é que estes "Espontâneos do Fado" poderão contribuir para a consolidação do fado como Património da Humanidade ou será da Humidade, tantas serão as lágrimas choradas pelas pedras da calçada com tamanho atentado ao tal património ?

Já agora, e a título de curiosidade, porque é que a Dra. Sara Pereira, distinta Directora do Museu do Fado, não levou com ela para Zamora de modo a compôr o seu discurso estes "Espontâneos", deixando disvirtuar aquele evento com artistas um pouquinho, como direi, mais próximos do que os tais "puristas" gostam… ou serão afinal os espanhóis "puristas"?

Ou só "vendemos" lá para fora o que maioritáriament e gostamos de ter "cá dentro"?

Perdoem-me, pois, mas "diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és".
Citação
#4 bosco 2009-07-28 21:44 No filme "o advogado do diabo" (que recomendo) Al Paccino a certa altura fala na ironia de Deus, que Deus ao criar a mulher disse ao homem: Olha mas não toques, toca mas não comas, come mas não engulas…

Estes "guardiões" do fado parecem os apologistas da ironia de Deus.

Se a Mariza leva o fado ao mundo, a Mariza não é fadista.
Se o Saura "moderniza" o fado, o Saura não é português e não percebe nada de Fado.
Se o Caetano Veloso canta o fado, o Caetano não tem alma fadista.
Se o Ivan Lins vem para Portugal compor fados, o Ivan Lins não nasceu português, (esquecem-se porém que alguns dos melhores fados de sempre foram compostos por Alain Oulman, que pelo nome se percebe que seja alguém de raízes vincadamente lusas).

As músicas do Oulmain e do Mourão-Ferreira são consideradas fados HOJE, porque na altura em que apareceram eram considerados "filhos bastardos" do fado, aliás era até ultrajante alguém cantar poemas de Camões e chamar-lhes Fado.

A propósito do disco "Busto" num artigo piblicado neste Portal pode ler-se:
"Actualmente este é um disco de clássicos, mas ao seu lançamento em 1962 gerou grande polémica. Alain apresentou uma melodia mais aberta, permitindo a Amália cantar grandes poetas que ainda não constavam no seu repertório, daí a crítica que lhe é feita por colegas de profissão: Agora a Amália canta letras à Picasso…!".

Mas o tempo veio provar que esses "velhos do Restelo" estavam enganados, muito enganados, e não faltará muito para que os velhos do Restelo dos dias de hoje se sintam ridiculos e envergonhados com o teor das afirmações que têm vindo a proferir.
Citação
PROCURA e OFERTA de Músicos!
Não procure mais... está tudo aqui!

Redes Sociais

     

Newsletter

Mantenha-se actualizado com as novidades do Fado.

Portal do Fado

©2006-2024  Todos os direitos reservados.