Candidatura do fado a património da Humanidade aprovada por toda a Assembleia Municipal
Arquivo - Junho 02, 2010


Os fadistas Carlos do Carmo e João Braga sentaram-se hoje lado a lado na galeria pública da Assembleia Municipal de Lisboa, em apoio à candidatura do fado a património imaterial da Humanidade, apresentada neste órgão autárquico.
Os dois fadistas divergiram no passado quanto à oportunidade e interesse da candidatura, mas hoje falam a uma só voz.
“Esta candidatura é importante para todos nós e para o fado muito particularmente”, disse João Braga.
O fadista explicou a sua nova posição: “Deixei de ser crítico da candidatura pois esta apresenta-se agora em novos moldes mais corretos, e duvido muito que não seja votada por unanimidade na UNESCO”.
Além de Carlos do Carmo e João Braga, os fadistas convidados pela presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso, não compareceram em grande número. Carlos do Carmo, porta-voz da candidatura, considera que tal se deve ao facto de a apresentação ter decorrido demasiado cedo para quem trabalha pela noite dentro.
Mesmo assim, estiveram presentes António Chaínho, Duarte, Maria Armanda, Rodrigo, Miguel Capucho, Cuca Roseta, Anita Guerreiro, Nuno Aguiar e Julieta Estrela.
A proposta de candidatura subscrita pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, e pelos vereadores Pedro Santana Lopes (PSD), Ruben de Carvalho (PCP) e António Manuel Monteiro (CDS/PP) tem merecido os aplausos dos diferentes deputados municipais que, em intervenções sucessivas, têm sublinhado a importância da preservação de uma memória da cidade e do país.
Se a proposta de candidatura for votada favoravelmente pela AM, como tudo aponta a julgar pelas declarações dos diferentes partidos políticos, o passo seguinte será a apresentação da mesma à UNESCO até 31 de agosto.
Antes do debate na assembleia Municipal, os comissários científicos da candidatura - o musicólogo Rui Vieira Nery e a diretora do Museu do Fado, Sara Pereira - apresentaram o projeto.
Nery aproveitou a ocasião para “esclarecer alguns mal entendidos”, e explicou que, pela Convenção da UNESCO de 2003, as candidaturas a património imaterial da humanidade não têm de ser de expressões em risco de extinção.
Lusa