Custódio Castelo - Tempus
Discos - Janeiro 26, 2007
Tempus não é um disco. É antes um arquivo de estórias de viagens que se contam pelos dedos das mãos.
Estórias sem canto mas com encanto. Estórias com gente dentro, estórias de lugares, de coisas, de afectos, estórias de memórias e de sonhos. Estórias de calçadas que adormecem à noitinha ao som dos murmúrios das guitarras. Tempus é uma estória que escorre compassadamente e sem pressas, como se o "tempus" fosse especiaria que confere à saudade aquele sabor singular e humano que só a alma portuguesa sabe degustar.
Não é de agora a revelação exímia de Custódio Castelo como guitarrista, e quem tem acompanhado o seu percurso pelos caminhos do Fado facilmente percebe porquê. Tempus é um trabalho que nasce da persistência, da amizade e sobretudo da esperança, com algumas gravações que remontam a 1997, por isso já certificadas pela intemporalidade que só os anos conferem às obras que os conseguem fintar.
A disparidade de envolvências sonoras aqui presente é assaz gratificante e se uma "Dança em tango" convida a bater o pé , "Terra de pó" desenha-nos o amarelo outonal das paisagens alentejanas carcomidas pelo sol enquanto "Homenagem a Paredes" flutua no eco de uma nota que jamais deixará de se ouvir.
Tempus compõe-se assim de uma paleta de sons que efusivamente vêm dar outro colorido à sonoridade da guitarra portuguesa e, se a emergência da renovação da guitarra portuguesa está em efervescente ebulição, ela passa invariavelmente pelas mãos e pelos dedos de Custódio Castelo.
Não é de agora a revelação exímia de Custódio Castelo como guitarrista, e quem tem acompanhado o seu percurso pelos caminhos do Fado facilmente percebe porquê. Tempus é um trabalho que nasce da persistência, da amizade e sobretudo da esperança, com algumas gravações que remontam a 1997, por isso já certificadas pela intemporalidade que só os anos conferem às obras que os conseguem fintar.
A disparidade de envolvências sonoras aqui presente é assaz gratificante e se uma "Dança em tango" convida a bater o pé , "Terra de pó" desenha-nos o amarelo outonal das paisagens alentejanas carcomidas pelo sol enquanto "Homenagem a Paredes" flutua no eco de uma nota que jamais deixará de se ouvir.
Tempus compõe-se assim de uma paleta de sons que efusivamente vêm dar outro colorido à sonoridade da guitarra portuguesa e, se a emergência da renovação da guitarra portuguesa está em efervescente ebulição, ela passa invariavelmente pelas mãos e pelos dedos de Custódio Castelo.
Sérgio Miranda
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