Como foi o percurso até chegar ao CD de estreia?
Comecei a ouvir fado com 14/15 anos. A partir daí apaixonei-me perdidamente pelos fados e pelo ambiente. Lembro-me de estar na escola e de estar ansiosa que chegasse o fim de semana para poder ir aos fados e cantar. Comecei a consumir muito fado, e a ouvir Amália, que é a minha principal referência.
Influenciou de alguma forma o facto de ser sua prima?
Na altura, não tinha noção do grau de parentesco, nem foi esse o motivo que me influenciou. Foi o ambiente das casas de fado, as histórias que ouvia dos fadistas e as melodias dos fados tradicionais, que embora tão simples são tão ricas. Depois, comecei a ouvir os fados e as letras que a Amália cantava, e conheço melhor a Amália, através da sua irmã Celeste, que tem uma profundidade enorme no canto também, e em tudo o que faz. São 88 anos, o fado faz parte de si.
A Celeste Rodrigues foi uma escolha óbvia para um dueto neste disco?
Sou uma grande fã da Celeste, como fadista, como artista, como pessoa. Não podia deixar de ter a Celeste no tema Cresce o teu Fado. O álbum tem também um dueto, com a Lura, que traz Cabo Verde na voz. O Jorge Fernando achou que devíamos ter morna em Por Sombras me dei à Luz, e foi aí que surgiu o nome da Lura.
Geralmente os fadistas cantam poemas dos outros, mas a Fábia tem aqui alguns seus...
Este disco foi pensado há dois anos, e este tempo foi muito precioso. Eu não compunha nem escrevia, e foi durante esse tempo que comecei. As melodias vêm-me à cabeça, gravo para o telemóvel e envio ao Jorge Fernando, que faz imediatamente os arranjos e a letra. Quem em Mim Habita é o fado que abre o disco, e tem uma letra minha num fado tradicional. Foi a 1ª que escrevi.
Porque é que o tema "A Oitava Cor" é que deu título ao disco?
A "Oitava Cor" é o nome do single, e por brincadeira costumo dizer que se existisse uma oitava cor por que não chamar-lhe fado. E às vezes brinco assim com o nome do disco. Fonte:Destak