Rodrigo: "Estão a fazer mal ao fado"
Arquivo - Fevereiro 17, 2015
São mais de 53 anos de história ligados ao fado que Rodrigo carregará
consigo para o palco do CCB, na próxima sexta-feira, num espetáculo de
celebração e de homenagem à canção de Lisboa e àqueles que mais o
influenciaram no início da carreira.
Apesar de ter como convidados Carminho e Ricardo Ribeiro, dois dos fadistas da nova geração que mais admira, Rodrigo, de 73 anos, não deixa, no entanto, de deitar um olhar crítico aos ‘novos’ fados. "Eu não sou purista mas tem que se ter muito cuidado quando se fala de fado. Há gente nova muito boa, mas estão a fazer mal ao fado com esta tendência enorme para chamar fado a tudo. Parece que basta ter uma guitarra portuguesa.
Ver um fado com bateria, por exemplo, é algo que me deixa muito triste. O fado é uma coisa única, não existe em mais nenhuma parte do Mundo. Se não preservamos as características, qualquer dia pode-se fazer fado no Japão", diz o artista, que considera também que se estão a ignorar as velhas gerações. "Não estamos esquecidos porque ainda andamos por aí a cantar, mas somos completamente ignorados. Isso é uma coisa que me entristece porque acho que ainda temos muito para ensinar", desabafa. "O que eu vejo hoje é que quem quer ouvir fado tradicional já quase não tem onde o fazer." Rodrigo começou a cantar fado aos 20 anos, depois de ter entrado pela primeira vez na casa da Cesária, em Alcântara. "Eu até nem era grande conhecedor de fado, mas quando lá entrei foi a desgraça. Quando vi aquele ambiente, nunca mais consegui largar o fado", recorda.
O espetáculo começa às 21h00 e o preço dos bilhetes varia entre os 5 e os 18 euros.
Ver um fado com bateria, por exemplo, é algo que me deixa muito triste. O fado é uma coisa única, não existe em mais nenhuma parte do Mundo. Se não preservamos as características, qualquer dia pode-se fazer fado no Japão", diz o artista, que considera também que se estão a ignorar as velhas gerações. "Não estamos esquecidos porque ainda andamos por aí a cantar, mas somos completamente ignorados. Isso é uma coisa que me entristece porque acho que ainda temos muito para ensinar", desabafa. "O que eu vejo hoje é que quem quer ouvir fado tradicional já quase não tem onde o fazer." Rodrigo começou a cantar fado aos 20 anos, depois de ter entrado pela primeira vez na casa da Cesária, em Alcântara. "Eu até nem era grande conhecedor de fado, mas quando lá entrei foi a desgraça. Quando vi aquele ambiente, nunca mais consegui largar o fado", recorda.
O espetáculo começa às 21h00 e o preço dos bilhetes varia entre os 5 e os 18 euros.
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Comentários
#1
João Freitas
2015-02-23 19:25
Uma chapelada para o Rodrigo, concordo em absoluto com o seu olhar sobre o fado actual. Os meus votos de que continue a cantar-nos fado como ele sabe e a contar-nos as coisas do fado que ele tão bem sabe.
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#2
valentina44
2015-02-26 14:39
Também concordo com o grande fadista Rodrigo, o fado deve ser levado muito a sério, é um património que é nosso, os NOVOS fadistas devem ter a preocupação e a humildade de o cantar seguindo a sua origem, respeitando assim a herança dos fadistas mais velhos que têm muito para ensinar, e os mais NOVOS muito que aprender, para que o fado seja ouvido e cantado, mas sempre respeitado, o nosso verdadeiro fado.
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