O fado no Brasil - Dina Teresa
A vedeta, atriz e fadista, que viveu no cinema a figura inesquecível de “A Severa”, empolgou não só as plateias portuguesas como também as brasileiras.
Dina Teresa foi convidada, em 1933, por Francisco Serrador, da empresa de cinemas, a realizar uma digressão artística pelo Brasil. Recebeu os aplausos esfuziantes de seus patrícios por todas as cidades por onde passou. Foi uma temporada coroada de êxitos.
Em São Paulo, foi alvo de uma homenagem no Clube Português. Durante um chá dançante, cantou alguns fados, acompanhada pelo professor de guitarra José Cosme. No final, o actor Procópio Ferreira recitou um monólogo em tributo à artista lusa.
Nascida em Oliveira do Douro, no Porto, a 15 de novembro de 1902, Dina Teresa foi batizada como Dina Moreira. De família humilde, foi entregue aos cuidados de uma senhora inglesa, moradora da cidade Porto, que a educou dos quatro aos treze anos de idade.
Quando completou dez anos a garota já sentia enorme atração pelo teatro. Três anos depois, fugiu de casa e foi até o teatro Águia Douro e solicitou ao empresário para deixá-la juntar-se à companhia. Assim foi.
Em 1930, depois de trabalhar como caricata e cantora de fados em muitos lugares, participou como protagonista no filme “A Severa”, baseado na obra homónima de Júlio Dantas, com realização de Leitão de Barros e musicado por Frederico de Freitas. Na verdade, ela venceu um concurso organizado pelo “Diário de Lisboa” para escolha da atriz principal daquela longa-metragem.
A película conta a histórica verídica de uma mulher de vida fácil, que vivera em Lisboa e que se entregava aos condes e marqueses, mas que ajudava os pobres. Durante as filmagens Dina ganhava 150 escudos por dia. A vedete imortalizou os versos:
Oh! Rua do Capelão
juncada de rosmaninho!
Se o meu amor vier cedinho
eu beijo as pedras do chão,
que ele pisar no caminho!
No cinema português, Dina ainda trabalhou em mais um filme, “Varanda dos Rouxinóis”, de 1939 de Leitão de Barros, contracenando com António Silva. Ao longo da década de 1930 a vedeta tomou parte em diversas operetas e revistas, por exemplo: “O Canto da Cigarra” (1931), “A Senhora da Saúde” (1932), “Peixe Espada” e “Nobre Povo” (1935).
Na década de 1940, Dina Teresa casou-se e foi morar em África. Com o fim do casamento, regressou a Portugal e participou em inúmeras revistas, até que em 1951 voltou ao Brasil e decidiu fixar residência no nosso país. Actuou como fadista em diversos restaurantes típicos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A sua popularidade em “A Severa” assegurou-lhe uma forte referência artística, onde quer que chegasse logo era reconhecida e aplaudida. Retornou mais uma vez a Portugal para rever os familiares.
Em 1966, a “Revista do Rádio” promoveu o retorno sentimental de Dina, apresentou-se na Rádio Vera Cruz e na TV-Rio, no programa de César de Alencar, onde cantou todos os fados do filme que a deixou famosa. Nessa época, pôde rever os seus grandes amigos: Manoel Monteiro, Olivinha Carvalho, Gilda Valença e Éster de Abreu.
Durante mais de 20 anos residiu no “Sítio Rosário”, sua propriedade, em Poá, interior de São Paulo. Lá era cercada de lembranças de sua vida artística e pelos carinhos dos seus afilhados e vizinhos. A vedeta guardava uma guitarra que lhe foi oferecida, em 1931, pelo Marquês de Lavradio. Em Poá veio a falecer aos 82 anos, a 7 de abril de 1984, onde descansa no cemitério local.
Dina Teresa teve seu nome atribuído a uma praça na freguesia de Oliveira do Douro, sua terra natal.
Em São Paulo, foi alvo de uma homenagem no Clube Português. Durante um chá dançante, cantou alguns fados, acompanhada pelo professor de guitarra José Cosme. No final, o actor Procópio Ferreira recitou um monólogo em tributo à artista lusa.
Nascida em Oliveira do Douro, no Porto, a 15 de novembro de 1902, Dina Teresa foi batizada como Dina Moreira. De família humilde, foi entregue aos cuidados de uma senhora inglesa, moradora da cidade Porto, que a educou dos quatro aos treze anos de idade.
Quando completou dez anos a garota já sentia enorme atração pelo teatro. Três anos depois, fugiu de casa e foi até o teatro Águia Douro e solicitou ao empresário para deixá-la juntar-se à companhia. Assim foi.
Em 1930, depois de trabalhar como caricata e cantora de fados em muitos lugares, participou como protagonista no filme “A Severa”, baseado na obra homónima de Júlio Dantas, com realização de Leitão de Barros e musicado por Frederico de Freitas. Na verdade, ela venceu um concurso organizado pelo “Diário de Lisboa” para escolha da atriz principal daquela longa-metragem.
A película conta a histórica verídica de uma mulher de vida fácil, que vivera em Lisboa e que se entregava aos condes e marqueses, mas que ajudava os pobres. Durante as filmagens Dina ganhava 150 escudos por dia. A vedete imortalizou os versos:
Oh! Rua do Capelão
juncada de rosmaninho!
Se o meu amor vier cedinho
eu beijo as pedras do chão,
que ele pisar no caminho!
No cinema português, Dina ainda trabalhou em mais um filme, “Varanda dos Rouxinóis”, de 1939 de Leitão de Barros, contracenando com António Silva. Ao longo da década de 1930 a vedeta tomou parte em diversas operetas e revistas, por exemplo: “O Canto da Cigarra” (1931), “A Senhora da Saúde” (1932), “Peixe Espada” e “Nobre Povo” (1935).
Na década de 1940, Dina Teresa casou-se e foi morar em África. Com o fim do casamento, regressou a Portugal e participou em inúmeras revistas, até que em 1951 voltou ao Brasil e decidiu fixar residência no nosso país. Actuou como fadista em diversos restaurantes típicos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A sua popularidade em “A Severa” assegurou-lhe uma forte referência artística, onde quer que chegasse logo era reconhecida e aplaudida. Retornou mais uma vez a Portugal para rever os familiares.
Em 1966, a “Revista do Rádio” promoveu o retorno sentimental de Dina, apresentou-se na Rádio Vera Cruz e na TV-Rio, no programa de César de Alencar, onde cantou todos os fados do filme que a deixou famosa. Nessa época, pôde rever os seus grandes amigos: Manoel Monteiro, Olivinha Carvalho, Gilda Valença e Éster de Abreu.
Durante mais de 20 anos residiu no “Sítio Rosário”, sua propriedade, em Poá, interior de São Paulo. Lá era cercada de lembranças de sua vida artística e pelos carinhos dos seus afilhados e vizinhos. A vedeta guardava uma guitarra que lhe foi oferecida, em 1931, pelo Marquês de Lavradio. Em Poá veio a falecer aos 82 anos, a 7 de abril de 1984, onde descansa no cemitério local.
Dina Teresa teve seu nome atribuído a uma praça na freguesia de Oliveira do Douro, sua terra natal.
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