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Fados para o centenário de Amália Rodrigues em Oviedo e Gijón

Concertos - Março 15, 2020
Poderíamos dizer que o Fado é uma interpretação lúcida da vida pelos portugueses, celebrada e partilhada em grupo, com música, poesia e canto; e acrescentar, nas palavras de Alexandra Carita e João Simão, que o Fado é uma "palavra enorme que contém tudo o que queremos colocar nela".

Nasce todos os dias e nunca morre. Torna-se eterno quando o pronunciamos. Ecoa. Fere. Faz sorrir. É uma lágrima e um sorriso. É nosso. Arrasa. Reconstrói. Faz tremer. Dá arrepios.

E assim, com este Fado, a Associação de Amigos do Fado de Astúrias quis celebrar o centenário do nascimento da famosa e igualmente imensa fadista Amália Rodrigues com dois jantares, para cerca de setenta comensais em cada caso, em restaurantes de Gijón e Oviedo, que contaram com a presença e atuação da fadista Cristina Madeira, com um repertório de Fados frequentemente interpretados pela diva homenageada. Com ela vieram de Lisboa os músicos Pedro Marques, com a guitarra portuguesa, e Lelo Nogueira, com a viola de Fado, sendo de notar que eles acompanharam Amália em várias noites de Fado quando ela era uma artista veterana e ele um jovem a começar a sua carreira musical e artística.

Cristina Madeira, nascida na cidade minhota de Braga, é uma fadista consagrada, residente habitual no Clube de Fado do tradicional bairro de Alfama, em Lisboa, com três álbuns gravados e ocasionalmente atua também noutros palcos em Portugal e no estrangeiro.

Pedro Marques é de Setúbal, uma bela cidade próxima de Lisboa, e dedica-se totalmente à guitarra na sua terra e em numerosos espetáculos e casas de Fado em Lisboa. Ele é bem conhecido por aqui, porque há anos que vem a Gijón e Oviedo acompanhando outras fadistas. É um guitarrista português já consagrado, que empresta alma tradicional, estilo e também a sua notável destreza com as cordas e com a pua (ou unha artificial). Quanto a Lelo Nogueira, natural de Boticas, perto de Chaves, toca viola desde a adolescência e durante os últimos doze anos da carreira de Amália Rodrigues (1987-1999), acompanhou-a nas suas atuações em Portugal e pelo mundo. A título anedótico, ela rebatizou-o como "Lelo" (de Manoel) assim que o conheceu e o nome ficou.

Os músicos realizaram duas impressionantes e arrepiantes "guitarradas" (Fado apenas com guitarras, sem a voz dos cantores), com as "Variações em Lá Menor de Armandinho" e em "Fá de Fontes Rocha" no início das duas partes do espetáculo que se seguiu ao jantar. Em seguida, seguiram-se os Fados tradicionais e os Fados-canção de Cristina, entre os quais se destacam "Fado Peniche", "Medo", "Fado Versículo" e a canção folclórica "Hortelã mourisca", entre outros. As noites foram um grande sucesso, para serem lembradas e para começar a sentir "saudades" do próximo evento, como costuma acontecer quase sempre com o Fado em Astúrias.
Ángel García Prieto


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