Quadro de Malhoa gera polémica entre dois museus da C.M.L.
O quadro foi emprestado apenas até Janeiro ao Museu do Fado mas, na sala do Museu da Cidade onde estava a tela, é possível ler uma placa que indica que a obra está para restauro.
No entanto, o mesmo Museu confirma que, afinal, emprestou o quadro ao Museu do Fado, onde ele agora figura numa sala especialmente concebida para o receber.
O empréstimo deste Malhoa, pertença do espólio municipal, está, assim, a gerar polémica entre os dois museus da câmara.
O do Fado, agora reestruturado, preparou-se para receber "O Fado" por um longo período.
A directora do Museu do Fado, Sara Pereira, já confirmou à Renascença que quer renegociar o empréstimo: "Eu espero que este ‘temporariamente' seja renegociado e vamos fazer por isso. Não faz muito sentido, depois de um investimento destes, que a peça fique aqui por tão pouco tempo".
Por sua vez, o Museu da Cidade, que não quis gravar declarações, alega que o quadro é um ícone do seu espólio, por isso apenas o empresta a um museu também da autarquia e por tempo limitado.
O musicólogo Rui Vieira Nery, que ajudou a conceber o renovado museu do Fado, considera que o quadro deveria mesmo mudar de casa, porque "tanto é Património Municipal no Museu da Cidade como aqui. As condições de segurança são idênticas, se é que não são melhores no Museu do Fado. Portanto, faz muito mais sentido tê-lo envolvido neste contexto do que perdido num canto do Museu da Cidade".