Portal do Fado

Caros amigos e colegas da música de fado,venho por este meio denunciar um caso recente de dois músicos de fado que foram a Alfama ao restaurante onde, há 3 anos e tal toco, tocar no meu lugar e no lugar do guitarrista da casa por menos dinheiro. Ou seja: A gerência da casa decidiu diminuir a quantia nos cachet's dos músicos em determinados dias da semana, alegando uma "crise geral", como nem eu nem o guitarrista aceitamos essa condição, nas nossas costas houve dois músicos que aceitaram fazer o nosso lugar por menos dinheiro que nós. Ambos sabiam que éramos os músicos privativos dessa casa, mas isso não os demoveu de lá irem sem sequer procurar saber de entre os colegas (nós) qual o motivo porque não estavamos nós lá a tocar nesses dias e sim nos outros. Este tipo de situações pouco dignas costuma ser frequente entre os/as fadistas, não no meio dos músicos, por isso aqui venho fazer esta denúncia e apelar para que em situações semelhantes não hesitem em denúnciar os autores, para que os gerentes das casas de fado, mesmo o chamado "fado vadio", não nos digam em ar de troça grosseira, depois da gaveta cheia: "Quem não está bem muda-se!" - É que este tipo de gerências tem a memória curta e esquece-se dos que os ajudaram a construir impérios em pouco tempo.
Do colega e amigo com votos de um Feliz 2009!
Vítor Tiago

É realmente vergonhosa essa atitude que denuncia, mas esses tipo de atitudes vê-se em todo o lado e em todos os sectores da nossa sociedade. Esta crise foi o que de melhor aconteceu aos empresários e patrões do nosso país. É que com a desculpa da crise (que nunca lhes chega a mexer no bolso) aproveitam para ter esse tipo de atitudes e pior que isso no momento de empregar novos trabalhadores oferecem uma miséria. Quem se sujeita é o pobre do trabalhador que precisa e que se vê numa situação de "pegar ou largar". O patrão está como quer, pois atrás desse trabalhador estão outros dispostos a fazer o trabalho por menos dinheiro se fôr preciso.
Há até empresas que empregam a custo zero, e grandes empresas como a Sonae e a FNAC onde já concorri a empregos e o que ofereciam era estágios curriculares (onde não se ganha tusto) de 6 meses. E andam sempre nisto a empregar jovens recém licenciados, com mão de obra a custo zero...

Crise? Abençoada crise!!!!

Sei de que Casa está a falar e até sei de um colega Músico que foi contactado para poder ir para lá trabalhar MAS recusou.
Daria para escrever aqui uma boa dúzia de frases mas limito-me a dizer : "Tudo isto é Fado"... às vezes malfadado ...
Caríssimo colega: neste Mundo tão imenso e tão pequeno, vai havendo trabalho para "todos". Melhor ou pior pago, gravata ou calça de ganga isso não importa desde que cada um dê o que sabe com seriedade e carinho.
Lamenta-se os atropelos entre uma família de 200 músicos mas isso já vem de longe quer no tempo quer nas distâncias. Afinal andamos todos ao mesmo e podemos ter absoluta certeza de que vamos "sem excepção" parar ao mesmo local quer seja Alto de S. João, Prazeres, Olivais, etc..
Penso que para estas e muitas outras situações, deveria um dia aparecer um Sindicato forte e uma Autoridade Reguladora para que a classe Fadista (e tantas outras) podesse ter melhores cores na fotografia mas esta é uma mera e simples opinião.
Melhor saudações

Caro senhor Tiago sei a que casa se refere e já tive o mau gosto de a visitar com amigos.Confesso-lhe que na altura até nem gostei dos fadistas ( a má qualidade) que cantavam lá.Penso que o senhor Tiago seja o viola que então lá estava e foi simpatico comigo e meus amigos na hora da despedida dessa noite.Só não tinha conhecimento de tal crise numa casa onde mal há espaço vago para se respirar ou ir á casa de banho e onde as refeições não são nada baratas.CRISE?!? A crise,plos vistos está o sr a ter agora com essa canalhice dos seus colegas e dos gerentes desse restaurante. Mas,plo que me foi dado observar,tanto o sr como o outro seu colega são musicos competentes a quem não faltará trabalho. Quer um conselho amigo? Mostre o seu sorriso simples e honesto áqueles que não lhe merecem qualquer importancia,quer como pessoas quer como colegas.Não desça ao nível deles e deixe-os entregues á sua pobre e suja consciência.
Para si e todos os seus um Feliz Ano Novo.
Elisa Soares

Caro VTiago não sei porque motivo está o sr .tão zangado com a gerência desse restaurante. Por acaso é uma situação inédita neste país? A culpa é só dos gerentes das casas? E o governo ou a propria SPA controla essas actividades artisticas como deveria? E que dizer das editoras que sem escrúpulos gravam obras discográficas de fadistas que nem afinação ou compasso teem e que por essas casas são vendidas sem que tenham um minimo de qualidade? E ainda ninguém viu que os patrões do fado-vadio oferecem como ordenado aos fadistas apenas a venda desses seus CDs a troco da garantia (para eles, claro) de uma noite de fados com elenco gratuito? E onde anda a inspecção de controle de qualidade nas próprias instalações dessas (algumas) tascas pouco higiénicas? E que dizer do aspecto duvidoso e pouco convicente de alguns empregados de mesa dessas casas? E quantas mais interrogações proliferam nesse (infelizmente...) negócio do fado-vadio?
Caro amigo, os gerentes desse restaurante não são más pessoas, são apenas comerciantes e, como tal são pessoas isentas de escrúpulos consciencias, principios morais ou éticas intelectuais. Para esse tipo de gente só existe uma prioridade na vida: AUMENTAR A CONTA BANCÁRIA. Aquilo que os seus colegas lhe fizeram foi de facto uma acção de baixo nível, mas olhe que a consciência deles, mais tarde ou mais cedo, vai tirar-lhes o sono. E o Tiago e seu colega? Sim, como será a vossa consciência? Eu digo-lhe: Vão dormir tranquilos sabendo que podem entrar seja onde fôr no vosso meio, de cabeça bem erguida, sem que alguém tenha algo a vos apontar. Os seus colegas e gerentes lá do restaurante podem-se gabar do mesmo? Claro que não. Eles á noite lá no interior dos seus lençóis de entulho espiritual vão dar voltas na cama de esterco que merecem para por fim adormecerem e suarem pelos poros o medo dos seus pesadêlos muito comuns nos ingratos, traidores e escravos da ganância. Dê-lhes o desprezo que merecem e reserve toda a sua dignidade e honradez para os que a merecem.
Cordias saudações com os meus votos de boas festas.
Gracinda Tomaz

Olá Vitor!
Nesta vida existe dois tipos de pessoas ... as honestas e as oportunistas. Não é dificil de saber que é neste último grupo que se encontram esses teus dois colegas.
Sabes que as acções ficam para quem as pratica. Tu continua a ser o grande Homem que sempre foste e que sabes respeitar tudo e todos.
Acho que devias colocar aqui o nome desses teus "amigos da onça" para que todos pudessem saber como lidar com pessoas desse calibre.
Podes sempre contar com o meu total apoio.
Um Ano de 2009 cheio de coisas boas e livre de oportunistas e maus colegas.
Beijokas com carinho
Xana