Portal do Fado

Felizmente o fado não se restringe aos "Discos de Sempre"! E é por isso que também aqui estamos, para comprovar que o fado sempre viveu, vive, e tem tudo para continuar a viver!
A chamada Nova Geração do Fado, ou Geração do Fado-Novo, fervilha pelas discografias do país e, alguns até, além-fronteiras!
Para todos vós, qual o álbum que consideram 5 estrelas, dentro das novas vozes?

Eu elejo "Segue a minha voz" do Gonçalo Salgueiro, não só pela voz fantástica que a ninguém passa despercebida, como pelos arranjos musicais, as letras, o próprio grafismo! Simples e bonito!

caro amigo
não existe FADO NOVO! Ou é fado ou não é!

Alias, aqueles que por aí andam a apregoar que pertencem á geração do novo fado, mais não fazem que cantar os fados da Amália. E depois vêm dizer que pertencem ao fado novo! tenham DÓ!
até porque, se fizessem aquelas modernices com inéditos ninguém lhes passaria cartão, só dão nas vistas porque mexem com fados classicos onde deveria ser proibido mexer e fazer as barbaridades que fazem. Os fados antigos deviam ser protegidos por lei,tal como os monumentos, para que naõ lhes fizessem aquilo que bem entendem1 Se querem gravar os fados da Amália ou de outros artistas antigos, poderiam grava-los tal como são, apenas lhes dando a sua própria entoação, mas nunca ser permitido fazer novas roupagens. Se querem brincar aos musicos e ao fado novo, brinquem com canções vossas. façam inéditos, ponham lá uma guitarra e depois digam que é fado. Mas não brinquem com aquilo que foi feito e cque é fado!

Cara anamarina,

Lamento estar ligeiramente em desacordo consigo. Em primeiro porque nem todas as novas vozes cantam apenas e só fados imortalizados pela Amália. Por outro lado, aqueles que, ainda assim, recorrem a tais obras, sabem o quanto é difícil vingar-se no mundo da música em Portugal e, principalmente, no Fado.

Vejamos Cristina Branco, Ana Moura, Joana Amendoeira, Gonçalo Salgueiro, Liana... Tudo vozes jovens, alguns dos quais nos seus álbuns, se contam mais os inéditos que fados já musicados! Já para não falar numa nova musicalidade. Das duas uma, ou apenas quis ser do contra ou, de facto, não está de todo inteirada do que se faz de fado em Portugal (e até mesmo fora).

Como segundo ponto, será que, ainda que se musiquem fados já "feitos", estes foram apenas cantados por Amália?
Não quero, nem por longe, retirar algum valor à grande diva (até porque a admiro bastante), mas, felizmente, não foi a única fadista, nem sequer a primeira, a cantar fado. Inclusivé, Amália trouxe, com Alain Oulman, uma nova musicalidade ao fado. E sabemos, se inteiros do conhecimento do fado formos, que também gerou grandes polémicas na época... Que pelo que me quer parecer, é o que a cara anamarina está a tentar provar!

Eu elejo o novo album da fadista Joana Amendoeira , À flor da pele.

Cai-me a resposta sobre uns versos onde não menciono "fado novo", leccionando logo de seguida uma explicação sobre o Fado = Voz + Guitarra + Viola. Atribuo a intervenção a um lapso de colocação ou, então, a um poema onde em dado verso escrevo "novos fados", o que significa, novos destinos, novos rumos, novos desígnios, novas esperanças, novos almejos, enfim, nesta linha, tudo que se insira na lata expressão de "novos fados", que não são os cantados.

Fado novo, há-o e felizmente haverá sempre enquanto a língua portuguesa perdurar, dentro da moldura musical que caracteriza o Fado. De resto, entendo a réplica e do que emana afirmo até que não há Fado novo nem há Fado velho. Há Fado, desde que o seja. Neste seguimento aplaudo a ideia de que o Fado clássico e consoante clássico se vai tornando deveria ser defendido e preservado como o são os monumentos. Muito bem.

Quanto às cantigas que pretendem ser Fado e muitas mais outras habilidades que por aí andam a confundir aqueles que do desiderato não conhecem a base matricial, bem, deixá-lo... A vida vai estando difícil e é preciso ganhar a vida, ainda que se venda Fado com as vogais ao contrário. O Fado, no seu modesto trono, deve ser humanista. O tempo da faca, do alguidar e da navalha já lá vai. Agora estamos em tempo de xis-acto, seringa, pistola e metralhadora, mas o snobismo quer os versos mergulhados em taças de champanhe a escorrer para dentro sabe-se lá de quê, o snobismo, o albergue dos tiques dos pavões molhados e por molhar, os tais que mencionando Amália intentam enterrar de um só golpe o Fado que a levou a dormir tranquilamente no Panteão Nacional. Ai se a Amália soubesse. Aliás, ela sabia pelo que lobrigava sobre a memória dos seus antecedentes. Há tantos que com o nome de um morto querem dar cabo da vida a um vivo!...

O Fado é como a vida
e o mesmo fado percorre...
A vida morre à saída,
o Fado vive e não morre.

PS = Na quadra inserta entende-se decerto flagrantemente o que quer dizer o "Fado" do primeiro verso e do quarto e o "fado" do segundo... Ou não?!...

Mensagem editada por: Torre da Guia, em: 2007/02/15 03:30

Como o Fado agora tem outros vôos, já é referido na revista Blitz e não é apenas a Mariza! Digo isto a propósito da crítica saída na Blitz sobre este álbum da menina bonita do fado.