EnglishPortuguês
Arquivo - Abril 14, 2007
mario_moita
CD editado por Mário Moita revela inédito de Alberto Janes

O luar é meu amigo
o inédito de Janes que dá o título ao CD/Livro, numa edição de autor, é apresentado na próxima quarta-feira ao final da tarde, no Museu do Fado, em Lisboa, com a presença do secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho.

O poema de Alberto Janes data de 1953 e foi musicado por Mário Moita, que se dedica há vários anos a harmonizar fados para o piano.
O interesse de Moita pelo fado ao piano deve-se ao seu professor de piano, Fortunato Murteira, que passava para pauta as melodias de Alberto Janes, autor de «Foi Deus», «É ou não é», «Oiça lá senhor vinho» ou «Vou dar de beber à dor», que foram êxitos na voz de Amália Rodrigues.
Os primeiros fados ao piano datam de 1870, quando Portugal importou os primeiros instrumentos, explicou à Lusa o músico.

No livro, editado em conjunto com o CD, um capítulo é dedicado às partituras de fado, sendo «uma das mais antigas a do fado Müller», disse Mário Moita.
Referindo-se às adaptações para piano, Mário Moita afirmou que «ganham-se umas coisas perdem-se outras, mas no global o balanço é musicalmente muito positivo».
«Uma das maiores dificuldades é captar o ritmo e o trinar da guitarra portuguesa, mas há fados que ganham um outro fôlego», referiu.
Entre os temas que interpreta ao piano, além do inédito de Alberto Janes, Mário Moita canta um outro original - «Aos amigos de Lisboa» de Manuel Sérgio - e recria temas como «Coimbra», «Lisboa à noite» e «Recado a Lisboa».
A maioria dos temas foi gravada no Convento da Orada, em Reguengos de Monsaraz, terra natal do músico, enquanto três outros temas, nomeadamente o inédito de Alberto Janes, foram gravados no Auditório Lopes Graça, em Almada.

Relativamente ao livro, editado em português e inglês, é dividido em quatro capítulos, contou com a colaboração de Vânia Moita e é prefaciado pelo escritor Moita Flores.
Além do capítulo dedicado às partituras para piano, há um relativo à evolução do fado desde 1870, um outro aos instrumentos que acompanham o fado (guitarra portuguesa, viola e piano), e um último dedicado a Amália Rodrigues que reatou o acompanhamento ao piano, por Alain Oulman, no álbum «Busto» (1962).
«Amália inovou e abriu ao fado outras respirações sonoras, levando esta canção aos mais longínquos palcos, numa altura em que nem se falava de globalização, tendo sido até à década de 1980, a nossa única embaixadora», disse.
O livro é ilustrado por pintores alentejanos, nomeadamente Elídio Tavares dos Vantos, Victor Caimeirão, Policas, Carlos Dias e D. Espanca.
Além deste seu trabalho de arranjos melódicos, Mário Moita tem procurado cruzar as sonoridades herdeiras da tradição musical al-andaluz.

Neto de uma andaluza, o músico explora também uma musicalidade de sonoridades afins entre as tradições musicais fadistas, alentejanas e andaluzes.
Sendo «o único artista português a actuar todos os anos no Japão», Mário Moita conta apresentar lá este seu novo trabalho no próximo ano.

Em Maio próximo apresentará «O luar é meu amigo» no Teatro Nacional de Brasília.

Diário Digital / Lusa


Artigos Relacionados


PROCURA e OFERTA de Músicos!
Não procure mais... está tudo aqui!

Redes Sociais

     

Newsletter

Mantenha-se actualizado com as novidades do Fado.

Portal do Fado

©2006-2024  Todos os direitos reservados.