Ana Sofia Varela - Fados de Amor e Pecado
Records - Outubro 06, 2009
Um álbum de fado que é mesmo fado, de
doze fados que foram feitos com amor, mesmo quando sentiam
que poderiam estar a cometer um pecado.
Com um caminho longo, admirado e respeitado na música portuguesa, a
dupla de compositores João Gil (música) e João Monge (letras) visitou
vezes sem conta a música popular, o rock, a pop e os cruzamentos disto
tudo. E em algumas das suas canções também namorou, umas vezes mais ao
longe, outras vezes muito perto, o fado.
Agora, muitos anos depois desse namoro ter começado, é a altura certa para lançarem um álbum de fado, «Fados de Amor e Pecado». Um álbum de fado que é mesmo fado, de doze fados que foram feitos pelos dois com amor, mesmo quando sentiam que - para muitos - poderiam estar a cometer um pecado. No disco, como companheiros perfeitos desta aventura, estão a fadista Ana Sofia Varela, José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, Marco Oliveira e Diogo Clemente na viola, Zé Nabo e Ricardo Cruz no baixo.
João Gil e João Monge são cúmplices de há muitos anos. As suas canções iluminam trabalhos dos Trovante, Moby Dick, Ala dos Namorados, Rio Grande e Filarmónica Gil. Ainda nos anos 90, João Gil e João Monge atreveram-se a escrever o seu primeiro fado, «Estranha Vontade», e logo para a voz de Amália Rodrigues, que acabaria por não o gravar, tendo sido incluído depois no reportório da Ala dos Namorados.
Um fado que poderá ser ouvido, finalmente, neste álbum na sua forma original. E, para a Ala dos Namorados, foram compostos também outros temas que surgem em «Fados de Amor e Pecado» como a canção que deu o mote para este título, «Fado de Amor e Pecado», e ainda «Lua de Todos».
Estas três canções surgiram ainda no espectáculo «De Sol à Lua», da Expo'98, dedicado ao fado e ao flamenco, em que foram interpretadas por Camané e... Ana Sofia Varela, cantora que está assim no início desta história e no seu desenlace natural.
Os outros nove fados são inéditos compostos por João Monge e João Gil durante a última década. Numa relação, dos dois, que está a crescer com o fado e no fado: João Monge escreveu letras para fados cantados por Mísia, Ana Sofia Varela, Carminho, António Zambujo, Carlos do Carmo, Camané e Aldina Duarte (o álbum «Crua» é integralmente composto por poemas de Monge); João Gil convidou para o seu recente álbum a solo três dos melhores fadistas da nova geração: Carminho, António Zambujo e Ricardo Ribeiro.
Na história do fado são inúmeros os letristas e os compositores que se cruzaram pontualmente aqui ou ali, numa canção ou noutra, mas não há memória de uma dupla de autores - o poeta e o compositor musical - que tenham um trabalho continuado e cristalizado numa obra final. João Gil e João Monge arriscaram construir essa dupla. «Uma dupla, viva, a compor fado em conjunto», diz João Gil. E fados que, sublinha, «apesar de originais, seguem uma matriz clássica.
Embora a dificuldade esteja exactamente aí: compor um fado novo que soe a um clássico ou aquilo que desejo vir a ser um clássico do futuro num fado novo». Nos fados que compõe, João Gil tem «a preocupação pelo rigor melódico e harmónico do fado. Isto, aliado ao meu convívio e respeito, ao longo dos anos com muita gente do fado e da guitarra portuguesa - Amália, Alain Oulman, Francisco Viana, Carlos Paredes, Carlos do Carmo, Aldina Duarte, Camané, Ricardo Ribeiro... - deu-me a coragem para fazer agora um disco de fados, com orgulho e insubmissão. Sem culpa».
Um disco de fados, cantado por uma mulher e com letras escritas de um ponto de vista feminino. João Monge diz que, «se calhar, tenho o fetiche masculino de projectar na voz de uma mulher aquilo que o homem gostaria de ouvir».
Mas, mais a sério, revela que estes poemas «são uma representação minha do lado feminino das grandes questões da vida e da morte». Questões que se cruzam com o fado, o amor e o pecado.
Agora, muitos anos depois desse namoro ter começado, é a altura certa para lançarem um álbum de fado, «Fados de Amor e Pecado». Um álbum de fado que é mesmo fado, de doze fados que foram feitos pelos dois com amor, mesmo quando sentiam que - para muitos - poderiam estar a cometer um pecado. No disco, como companheiros perfeitos desta aventura, estão a fadista Ana Sofia Varela, José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Rogério Ferreira, Marco Oliveira e Diogo Clemente na viola, Zé Nabo e Ricardo Cruz no baixo.
João Gil e João Monge são cúmplices de há muitos anos. As suas canções iluminam trabalhos dos Trovante, Moby Dick, Ala dos Namorados, Rio Grande e Filarmónica Gil. Ainda nos anos 90, João Gil e João Monge atreveram-se a escrever o seu primeiro fado, «Estranha Vontade», e logo para a voz de Amália Rodrigues, que acabaria por não o gravar, tendo sido incluído depois no reportório da Ala dos Namorados.
Um fado que poderá ser ouvido, finalmente, neste álbum na sua forma original. E, para a Ala dos Namorados, foram compostos também outros temas que surgem em «Fados de Amor e Pecado» como a canção que deu o mote para este título, «Fado de Amor e Pecado», e ainda «Lua de Todos».
Estas três canções surgiram ainda no espectáculo «De Sol à Lua», da Expo'98, dedicado ao fado e ao flamenco, em que foram interpretadas por Camané e... Ana Sofia Varela, cantora que está assim no início desta história e no seu desenlace natural.
Os outros nove fados são inéditos compostos por João Monge e João Gil durante a última década. Numa relação, dos dois, que está a crescer com o fado e no fado: João Monge escreveu letras para fados cantados por Mísia, Ana Sofia Varela, Carminho, António Zambujo, Carlos do Carmo, Camané e Aldina Duarte (o álbum «Crua» é integralmente composto por poemas de Monge); João Gil convidou para o seu recente álbum a solo três dos melhores fadistas da nova geração: Carminho, António Zambujo e Ricardo Ribeiro.
Na história do fado são inúmeros os letristas e os compositores que se cruzaram pontualmente aqui ou ali, numa canção ou noutra, mas não há memória de uma dupla de autores - o poeta e o compositor musical - que tenham um trabalho continuado e cristalizado numa obra final. João Gil e João Monge arriscaram construir essa dupla. «Uma dupla, viva, a compor fado em conjunto», diz João Gil. E fados que, sublinha, «apesar de originais, seguem uma matriz clássica.
Embora a dificuldade esteja exactamente aí: compor um fado novo que soe a um clássico ou aquilo que desejo vir a ser um clássico do futuro num fado novo». Nos fados que compõe, João Gil tem «a preocupação pelo rigor melódico e harmónico do fado. Isto, aliado ao meu convívio e respeito, ao longo dos anos com muita gente do fado e da guitarra portuguesa - Amália, Alain Oulman, Francisco Viana, Carlos Paredes, Carlos do Carmo, Aldina Duarte, Camané, Ricardo Ribeiro... - deu-me a coragem para fazer agora um disco de fados, com orgulho e insubmissão. Sem culpa».
Um disco de fados, cantado por uma mulher e com letras escritas de um ponto de vista feminino. João Monge diz que, «se calhar, tenho o fetiche masculino de projectar na voz de uma mulher aquilo que o homem gostaria de ouvir».
Mas, mais a sério, revela que estes poemas «são uma representação minha do lado feminino das grandes questões da vida e da morte». Questões que se cruzam com o fado, o amor e o pecado.
Hélder Moutinho
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