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O espetáculo anterior deste género ocorreu no Auditório, com cerca de cento e cinquenta espetadores, numa Oviedo semi-confinada, em 22 de janeiro do ano passado, quando a Tribuna Ciudadana, desafiando a situação e respeitando rigorosamente as restrições de saúde, organizou um espetáculo que apresentou o fado na voz de Margarida Guerreiro e a canção asturiana de Anabel de Santiago. Aquele espetáculo acabou por ser muito bom; e agora a Associação de Amigos do Fado das Astúrias realizou estas duas noites, ao estilo das casas de fado de Lisboa, em Oviedo e Gijón.

Com um repertório musical semelhante nas atuações de Oviedo e Gijón, as fadistas e músicos interpretaram fados muito tradicionais. A veterana fadista de Montijo, Manuela Cavaco, manteve a sua voz boa e limpa, como demonstrou com "Lágrima", "Fado das horas" e outros. Também foram fados típicos os de Sandra Correia, como "Pechincha", "Mocita dos caracois", "Versículo: Quem me dera ser o fado" e os cinco ou seis que se seguiram; além disso, acompanhados pelo violista Pedro Reis, cantaram uma bela cantiga popular tradicional "A tua saia, ó Ana"... Com as suas vozes, acordes musicais, melodias, ritmos e sentimentos partilhados, os presentes também acabaram rendidos e emocionados pelo encanto do fado.

Cada uma destas duas atuações que se seguiram ao jantar foi precedida por guitarradas igualmente emocionantes, que, como quase sempre acontece, conseguiram tocar as emoções daqueles que tiveram a sorte de vivenciar esta noite, que, como também é frequente, serve para pedir à vida a permissão e a esperança de viver outro evento fadista, o que não é nada mais, nada menos do que a pura saudade do fado português.