Guitarrista de doze anos encanta o Teatro Luísa Tody
Arquivo - Agosto 29, 2010
Martinho d'Assunção esteve para a viola como Carlos Paredes esteve para guitarra portuguesa. Leia aqui a história da sua estreia ao público, com apenas doze anos.
Já vos falei aqui sobre fadistas, um guitarrista e um poeta. Chegou a agora a vez de relembrar um viola. Sendo ele uma das minhas maiores referências de sempre na música, desta vez relembro Martinho d'Assunção , que esteve para a viola como Carlos Paredes esteve para guitarra portuguesa. E porque os dons dos grandes génios nascem com eles, a história que hoje vos conto fala precisamente da infância daquele que foi o meu avô... e mestre.
Anos 20. Martinho d'Assunção tinha doze anos e estava a ter aulas de guitarra clássica desde os onze com o espanhol Agustín Rebel Fernandez. Nessa altura dava os primeiros passos no fado com João da Mata Gonçalves, que acompanhava à viola o famoso fadista Armando Augusto Freire, mais conhecido por Armandinho .
Um dia, Armandinho ia dar um espetáculo no Teatro Luísa Tody, em Setúbal, e João da Mata Gonçalves adoeceu. Como solução de última hora, o guitarrista lembrou-se do seu brilhante aluno e propôs a Martinho de Assunção pai (mais conhecido por "poeta vermelho") que o seu filho se estreasse em público. Á partida, a ideia assustou o pequeno Martinho que acabou por aceitar o desafio com a serenidade e humildade que caracterizou os seus mais de 60 anos de carreira.
Armandinho incrédulo, público rendido
O encontro com Armandinho era numa esplanada da Avenida Luisa Tody. Os dois Martinhos, pai e filho, chegaram lado a lado, perante o olhar incrédulo do fadista que não queria acreditar no substituto enviado pelo seu músico: "O quê, este miúdo de calçõezinhos é que vai tocar? Parem lá com as brincadeiras e tragam mas é o guitarrista que estou a ficar nervoso com as horas", disse Armandinho.
O fadista só teve a certeza de que não estava a ser alvo de uma partida quando ao palco subiu mesmo Martinho d'Assunção, de calções e meias brancas por dentro de uns aprumados sapatos de verniz. Perante um público incrédulo, aquele que viria a transformar-se no grande mestre da viola e da composição (não só do fado, mas também da ópera... mas essa é outra história que um dia vos contarei), fez a sua estreia.
A meio do espetáculo, Martinho d'Assunção, com apenas doze anos, tocou dois solos. Resultado: o teatro Luísa Tody ia vindo abaixo com os aplausos de uma enorme plateia que se pôs de pé para aclamar o menino guitarrista. Estava assim lançada a carreira do génio.
Anos 20. Martinho d'Assunção tinha doze anos e estava a ter aulas de guitarra clássica desde os onze com o espanhol Agustín Rebel Fernandez. Nessa altura dava os primeiros passos no fado com João da Mata Gonçalves, que acompanhava à viola o famoso fadista Armando Augusto Freire, mais conhecido por Armandinho .
Um dia, Armandinho ia dar um espetáculo no Teatro Luísa Tody, em Setúbal, e João da Mata Gonçalves adoeceu. Como solução de última hora, o guitarrista lembrou-se do seu brilhante aluno e propôs a Martinho de Assunção pai (mais conhecido por "poeta vermelho") que o seu filho se estreasse em público. Á partida, a ideia assustou o pequeno Martinho que acabou por aceitar o desafio com a serenidade e humildade que caracterizou os seus mais de 60 anos de carreira.
Armandinho incrédulo, público rendido
O encontro com Armandinho era numa esplanada da Avenida Luisa Tody. Os dois Martinhos, pai e filho, chegaram lado a lado, perante o olhar incrédulo do fadista que não queria acreditar no substituto enviado pelo seu músico: "O quê, este miúdo de calçõezinhos é que vai tocar? Parem lá com as brincadeiras e tragam mas é o guitarrista que estou a ficar nervoso com as horas", disse Armandinho.
O fadista só teve a certeza de que não estava a ser alvo de uma partida quando ao palco subiu mesmo Martinho d'Assunção, de calções e meias brancas por dentro de uns aprumados sapatos de verniz. Perante um público incrédulo, aquele que viria a transformar-se no grande mestre da viola e da composição (não só do fado, mas também da ópera... mas essa é outra história que um dia vos contarei), fez a sua estreia.
A meio do espetáculo, Martinho d'Assunção, com apenas doze anos, tocou dois solos. Resultado: o teatro Luísa Tody ia vindo abaixo com os aplausos de uma enorme plateia que se pôs de pé para aclamar o menino guitarrista. Estava assim lançada a carreira do génio.
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