Filipe Lucas - Sol a Sol
Discos - Fevereiro 19, 2010
Do recital de guitarra portuguesa
inscrito em "Sol a Sol" fazem parte canções originais de Filipe Lucas,
com sonoridades da música tradicional portuguesa, da música erudita e
também do fado.
Com mais duas cordas que as tradicionais guitarras, ficamos com a sensação que existem dois instrumentos que se complementam e criam fantásticas melodias. Uma magia da sua incomum guitarra portuguesa de 14 cordas construída em 1991 pelo guitarreiro Oscar Cardoso.
"Sol a Sol" está longe de ser apenas mais um álbum de guitarra portuguesa a juntar à discografia já razoavelmente rica do instrumento assinada por nomes tão importantes como Carlos Paredes, Pedro Caldeira Cabral, António Portugal, António Brojo, Edgar Nogueira, Mário Pacheco, Paulo Parreira e Ricardo Rocha.
Além das composições primorosas executadas de forma irrepreensível, o que o trabalho de Filipe Lucas vem acrescentar, e que representa uma mais-valia assinalável, é o alargamento da paleta tímbrica da guitarra portuguesa às tonalidades mais graves possibilitada pelas duas cordas suplementares.
Bons exemplos disso são os temas "Guizos e Lendas" (faixa 11), "Harpejos" (faixa 12) e "Orjais" (faixa 13). E há inclusive uma composição, "Portugália" (faixa 7), em que a exploração dos registos mais graves foi de tal modo levada ao extremo, que por momentos nos faz esquecer que se trata de uma guitarra portuguesa. Destaco também, pelo lirismo e graciosidade, os temas "Escadinhas" (faixa 8) e "Renascer" (faixa 9) e, pelo carácter efusivo e apolíneo, "Ingenuidades" (faixa 5) e "Sol a Sol" (faixa 15). Dignas de referência são ainda as composições "Embalar" (faixa 1), "Popular" (faixa 2) e "Tejo" (faixa 10) que me fizeram evocar o estilo afirmativo e vigoroso de Carlos Paredes.
Mas atenção: não há aqui nenhuma censura, antes um elogio pois nenhum guitarrista se deve envergonhar de ter recebido influência dessa figura magistral e intemporal da cultura portuguesa.
Em conclusão: é muito bom ainda se fazerem discos assim, por puro amor à arte e sem cedência ao mau gosto e a comercialismos fáceis e efémeros, ainda que pagando o preço de serem mantidos à margem dos circuitos de promoção.
Nascido em Dezembro de 1957 e com uma experiência acumulada a acompanhar artistas como Mariza, Paulo de Carvalho, Dulce Pontes, Ivan Lins, Jorge Fernando, Nuno Aguiar, Anamar, Paulo Bragança, Frederico Vinagre, Gonzaga Coutinho ou Davide Zaccaria, entre outros, Filipe Lucas editou em 2008, como edição de autor um disco com originais seus que finalmente chega ao mercado nacional pela JBJ & Viceversa.
"Sol a Sol" está longe de ser apenas mais um álbum de guitarra portuguesa a juntar à discografia já razoavelmente rica do instrumento assinada por nomes tão importantes como Carlos Paredes, Pedro Caldeira Cabral, António Portugal, António Brojo, Edgar Nogueira, Mário Pacheco, Paulo Parreira e Ricardo Rocha.
Além das composições primorosas executadas de forma irrepreensível, o que o trabalho de Filipe Lucas vem acrescentar, e que representa uma mais-valia assinalável, é o alargamento da paleta tímbrica da guitarra portuguesa às tonalidades mais graves possibilitada pelas duas cordas suplementares.
Bons exemplos disso são os temas "Guizos e Lendas" (faixa 11), "Harpejos" (faixa 12) e "Orjais" (faixa 13). E há inclusive uma composição, "Portugália" (faixa 7), em que a exploração dos registos mais graves foi de tal modo levada ao extremo, que por momentos nos faz esquecer que se trata de uma guitarra portuguesa. Destaco também, pelo lirismo e graciosidade, os temas "Escadinhas" (faixa 8) e "Renascer" (faixa 9) e, pelo carácter efusivo e apolíneo, "Ingenuidades" (faixa 5) e "Sol a Sol" (faixa 15). Dignas de referência são ainda as composições "Embalar" (faixa 1), "Popular" (faixa 2) e "Tejo" (faixa 10) que me fizeram evocar o estilo afirmativo e vigoroso de Carlos Paredes.
Mas atenção: não há aqui nenhuma censura, antes um elogio pois nenhum guitarrista se deve envergonhar de ter recebido influência dessa figura magistral e intemporal da cultura portuguesa.
Em conclusão: é muito bom ainda se fazerem discos assim, por puro amor à arte e sem cedência ao mau gosto e a comercialismos fáceis e efémeros, ainda que pagando o preço de serem mantidos à margem dos circuitos de promoção.
Nascido em Dezembro de 1957 e com uma experiência acumulada a acompanhar artistas como Mariza, Paulo de Carvalho, Dulce Pontes, Ivan Lins, Jorge Fernando, Nuno Aguiar, Anamar, Paulo Bragança, Frederico Vinagre, Gonzaga Coutinho ou Davide Zaccaria, entre outros, Filipe Lucas editou em 2008, como edição de autor um disco com originais seus que finalmente chega ao mercado nacional pela JBJ & Viceversa.
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