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Fado nas grandes vozes

Discos - Março 03, 2014
Seven Muses, 2014
No disco Fado nas grandes vozes podemos escutar 25 fados recuperados e masterizados em HD áudio, interpretados por nomes intemporais da canção de Lisboa que marcaram o período mais fascinante da história do fado nos anos 1950 - 1960, apelidado por muitos “A época de ouro do fado”.

Um encontro de gerações excecional que elevou o fado a um património singular do povo português e que desde 2011 é também Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO.
Muitos dos fados que hoje se ouvem, que são cantados e gravados pelas novas gerações - surgiram nestas décadas, muitos dos quais estão contidos neste CD.
Os fadistas mais jovens por vezes afirmam que gostavam de ter vivido nesta época. É natural porque esta é para eles a época de referência, onde o fado atingiu a sua maioridade e saiu para fora de portas tornando-se também do mundo, abrindo caminho para todas as gerações que se seguiram.

A época de ouro do fado

A origem do fado continua a ser um mistério, é também uma questão que tem gerado alguma polémica entre os estudiosos que defendem diferentes teses. O que parece ser unânime é que se tenha desenvolvido no caldeirão cultural lisboeta, tendo-se afirmado como expressão musical no início do século XIX, sendo um estilo musical tipicamente português.

Desde os primórdios e apesar de todas as peripécias que o fado tem encontrado o seu processo natural de evolução, atravessando a monarquia até à república continuando com forte vitalidade e a assumir-se como um dos maiores patrimónios da cultura portuguesa no século XX.

Nas décadas de 1930 e 1940, o fado continua em grande expansão ganhando maior espaço na literatura, teatro, cinema, rádio e indústria fonográfica. Nestas décadas construiu-se o imaginário fadista que se vem a solidificar nas décadas de 1950 e 1960 da apelidada época de ouro do fado.
É neste período que se afirmam muitas das grandes vozes de sempre, assim como compositores, poetas, músicos e outros intervenientes que hoje recordamos pela sua excelência que contribuiu para o inestimável legado deixado para todas as gerações vindouras.

Nesta época de grande fulgor artístico houve dois fatores que contribuíram determinantemente para a disseminação do fado, um deles foi o início das transmissões televisivas da RTP em 1957 que incluía fado regularmente na sua programação. A TV aumentou substancialmente a visibilidade pública dos fadistas, atribuindo a muitos a dimensão de estrelato. O outro fator foi a chegada dos gira-discos a Portugal. O vinil começa a circular no mercado substituindo os frágeis 78 rotações, a qualidade surpreendente deste formato rapidamente conquistou o grande público.

Estes foram os anos que marcaram a definitiva internacionalização do fado com Amália Rodrigues na primeira figura que brilhava numa constelação da qual faziam parte outras grandes estrelas como Alfredo Marceneiro, Hermínia Silva, Fernando Farinha, Maria Teresa de Noronha, Tristão da Silva, Fernanda Maria, Carlos Ramos, Maria José da Guia entre muitos outros.

No despontar da década de 1960 influenciados por esta grande geração surgem outros nomes que se viriam a tornar grandes nesta canção portuguesa como Carlos do Carmo, Maria da Fé, Maria do Rosário Bettencourt, Teresa Tarouca, Beatriz da Conceição, D. Hermano da Câmara, João Braga entre outros.

O fado é também a passagem do testemunho dos fadistas mais antigos para os mais novos. Como tal é importante realçar a importância das casas de fado, onde a maioria dos fadistas começa, convive, aprende, cresce e ganha maturidade para outros palcos em qualquer parte do mundo.


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